Capítulo 6

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Bárbara

Acordei com um gosto horrível na boca e com a cabeça pesando, o som do meu celular tocando trazia a sensação de que tinha uma britadeira dentro da minha cabeça, quando ele finalmente parou de tocar foi uma benção, fechei os olhos novamente, mas quem quer que fosse que estava me ligando, deveria querer mesmo falar comigo, pois menos de um minuto depois ele voltou a tocar insistentemente fazendo meu crânio quase explodir. Achei minha bolsinha de mão na mesinha de cabeceira e atendi para aquela sirene infernal parar de martelar a minha cabeça.

— Alô. — Atendi meio grogue.

— BIIIII GRAÇAS A DEUS!!! ONDE VOCÊ ESTÁ? MINHA MÃE QUER ME MATAR. — Josi gritava tão alto do outro lado da linha que tive que afastar o celular da orelha.

— Não grita por favor, e como assim onde estou? Estou aqui em cima no quarto de hóspedes. — Disse fechando os olhos novamente, minha cabeça estava doendo tanto.

— Só se você for o Gasparzinho por que estou no teu quarto agorinha e tu não está aqui, vim aqui procurar o número do chip que você comprou ontem pra poder te ligar. — O pânico tomou conta de mim e me sentei na cama. Onde eu estou? Olhei em volta no quarto e não reconheci o local de imediato, mas logo vieram os flashes da noite passada na minha memória.

Eu insinuando que ele era gay, eu caindo no colo dele, eu me insinuando pra ele, pedindo beijo, o chamando de Adônis e vomitando.

— Ei está aí ainda? — Josi gritou no outro lado da linha me deixando a beira de um derrame, tamanha minha dor de cabeça.

— Puta que pariu Josi, será que você poderia por favor parar de gritar?! Estou na casa do Edu. — Botei a mão na cabeça. Que vergonha!

— Rá! eu sabia que estava rolando um lance entre vocês dois. — Disse ela rindo. — Sua danada, não perdeu tempo hein. — Ela estava animada do outro lado da linha.

— Não está rolando nada e depois de ontem nem vai rolar mais. — Massageei minhas têmporas com a ponta dos dedos. Como a Josiane depois de um porre estava tão animada e eu estava me sentindo um monte de lixo?

— Como assim? — Questionou. — Me engana que eu gosto Bi...

— Longa história, te conto mais tarde, preciso me levantar e dar um jeito de ir embora. — Levantei com um pouco de dificuldade da cama.

— Se quiser que te pegue aí é só me mandar um sms com o endereço.

— Obrigada! A gente se fala mais tarde.

— Tudo bem. Tchau, beijo.

— Beijo. — Respondeu ela.

Encerrei a ligação e olhei novamente em volta, era um quarto grande, com paredes brancas, um armário grande e preto tomava conta de uma parede e do outro lado havia uma escrivaninha com um notebook, muitos livros e papeis. A cama ficava no centro do quarto encostada na parede e em cima dela pendia um grande ventilador de teto, ainda zonza e fui em direção ao banheiro que ficava adjacente ao quarto. Lembrei de sua localização já que vomitei ali ontem. Eu queria cavar um buraco e me enfiar dentro. Ou ser abduzida por aliens.

Encarei meu rosto no espelho horrorizada. Minha maquiagem lindíssima de ontem estava toda borrada me fazendo parecer um panda, lavei bem meu rosto tirando aquela obra de Picasso, peguei um pouco de pasta de dente e coloquei na língua para tentar tirar aquele gosto terrível da boca, desfiz o que sobrou do meu coque e deixei meus cabelos soltos. Juntei toda a coragem do mundo e sai do quarto, era um apartamento pequeno, mas aconchegante, na sala tinha um grande sofá em L e uma tela plana, o sofá estava revirado provavelmente ele havia passado a noite ali.

Doce Tentação - Edição 2 - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora