Corro para a porta da sala. Os meus colegas ainda continuam à espera do professor, ainda bem, significa que não estou atrasada. Encosto-me á parede e fico a olhar para o teto. O barulho dos alunos a falar, outros a correr e ainda outros a rir alto, enche os meus ouvidos e a minha cabeça ameaça explodir a qualquer momento. A minha respiração fica descontrolada. O meu corpo começa a tremer. Começo a procurar algum dos meus medicamentos nos bolsos das calças e do casaco mas nada. Deixei tudo na bolsa lá dentro. Entro ainda mais em pânico. Não sei o que fazer. A minha respiração e a minha visão começam a falhar e a instalar mais pânico dentro de mim. Decido então começar a contar números para acalmar-me. ...1...2...3...4...5...
Apesar de ainda sentir alguns sintomas, consigo me estabilizar um pouco. A professora chega e entramos todos na sala. As minhas pernas não correspondem bem ao meu pedido de elas se movimentarem todavia mesmo assim ainda alcancei a porta e o meu lugar.
A primeira coisa que faço quando me sento é procurar na minha bolsa os meus medicamentos e uma garrafa de água. Após uma longa busca por todos os bolsos encontro-os. O problema é que eu me enganei na caixa deles ontem quando os coloquei. Ao invés de colocar os de SOS, coloquei os mais fracos. Não tenho outra alternativa a não ser tomar os que trouxe. Abro a caixa e conto quantos comprimidos tem. Apenas 19. Eu sei que somente 1 não iria ter efeito nenhum por isso opto por tomar todos, contudo eu tenho noção que o máximo que posso tomar é 8. Agora não importa, estou num desespero e quero acabar com ele. Talvez até tenha uma overdose depois disto e assim talvez morra mais rápido, acabando com tudo de vez.
Coloco 3 na minha boca e tomo-os, eles não são muito grandes e são fáceis de engolir. E mais 3. E de novo mais 3 e vou consumindo-os até sobrar meramente 4. Engulo-os terminando assim com os medicamentos. Os efeitos não são imediatos, logo os sintomas ainda permanecem no meu corpo. Olho ao meu redor e tudo gira, como se tivesse numa espécie de carrossel sem fim. As minhas mãos tremem, perco até a capacidade de pegar no lápis. A voz da professora a falar acerca da matéria parece explodir dentro dos meus ouvidos.
Ainda no mesmo estado tento olhar para a janela em busca de auxílio da natureza, para ela me relaxar novamente. Mas sem sucesso. Decido encostar a minha cabeça à parede, fechar os olhos e me concentrar na contagem de números tal como tinha feito lá fora.
De repente sou interrompida pela voz da professora que é ainda mais alta do que estava. Abro os olhos e vejo ela a encarar-me e a dirigir-me a palavra.
Professora: Desculpe menina s/n, mas por acaso a minha aula é para dormir? Já deve saber a matéria toda de cor que nem precisa de prestar atenção, é isso?
Eu tento responder-lhe mas as palavras não se formam e apenas emito sons incompreensíveis.
Professora: Estou a falar consigo. Responda-me.
Esforço-me mas nada. As palavras simplesmente não saem. Abaixo a minha cabeça e tento novamente. Nada.
Professora: (suspira)- Que seja a primeira e a ultima vez que a chame atenção na minha aula, entendido?
Abano com a cabeça a concordar.
Professora: Já não basta não estar atenta, ainda se põe a dormir. Isto é inadmissível. Que não se volte a repetir menina. Se isso acontecer terei que informar os seus pais.
Todos os alunos estão com os olhos postos em mim a apreciar a cena e a rir da minha situação. A pressão na minha cabeça aumenta e o nervosismo também. Agora que estava quase a acalmar por completo, ela chama-me à atenção. Eu realmente não tenho sorte nenhuma. Concordo novamente e ela continua a aula.
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Still Alive ||Yoongi|| (Livro1)
FanfictionS/n está a passar por uma das piores fases da sua vida,sem forças para continuar pensamentos como a morte surgem na sua cabeça. Até que Yoongi, um rapaz que se mudou para sua a cidade, aparece e tenta mudar a sua situação.Mas será que ele vai conseg...