E você volta...

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~*~*~

Pov Christian

Passaram-se alguns dias desde o aniversario de Jamie, e aquela cena de Mia e nosso pai.

Desde então, não tive mais contato com Carrick, tenho evitado ao máximo isso.

Entre pilhas de papéis e reuniões, vou focando a mente cada vez mais no trabalho, não querendo chegar tão cedo em casa. Sabendo que, Ana vai mais uma vez insistir sobre o perdão que eu tenho que ceder.

Suspiro pesadamente e olho no relógio de pulso, são 23 horas da noite, e meus olhos já pesam, não suportando mais ficarem abertos.
Desisto de tentar fugir e recolho minhas coisas, saindo do prédio da empresa em seguida.

Tudo está silencioso por onde passo, e o corredor está iluminado apenas por algumas luzes baixas. O elevador não demora muito nem pra chegar, nem tampouco pra descer.
Me despeço do segurança, e caminho devagar até a calçada. Não vejo meu motorista em parte alguma e puxo o celular do bolso já destinado a chamá-lo mais uma vez.
Ao baixar a vista, um arrepio percorre todo o meu corpo e uma sensação ruim toma conta de mim.

—Quanto tempo Grey! - Exprime uma voz feminina, me fazendo pular de susto.

- Você? O que quer aqui? - Pergunto em sequência, não acreditando que esse ser insignificante está aqui, a minha frente.

- Não é óbvio pra você? Vim fazer da vida de vocês um inferno, assim como fizeram a minha! - Seu tom de voz é frio, e sua expressão é de raiva.

- Ninguém estava interessado em oportunar sua vida, seu filho quem procurava a todo custo nos infernizar! - Lembrar de José, depois de todo esse tempo, faz o sangue ferver.

Grace continua com seu olhar raivoso sob mim, e meu único medo é que ela se aproxime de Ana e nosso filho.

- Meu filho não tinha nada que ter cedido aos encantos da lambisgoia da Anastácia. Foi ser fraco e olha onde está hoje, debaixo de sete palmos do chão. - Praticamente grita cada palavra e se aproxima um pouco mais de mim. - Vou vingar a morte dele, custe o que custar! - Ameaça me dando as costas em seguida.

Acompanho seu caminhar até sua silhueta sumir da minha vista.

Se ela acha que vai conseguir se aproximar fácil, está muito enganada.

Taylor chega minutos depois e rapidamente estou em frente de casa.

Caminho até a porta, pensando nas muitas formas de manter meus tesouros seguros.
Abro a porta, e pra minha surpresa, Ana está acordada. Nosso filho chora alto e ela o chacoalha de um lado a outro, tentando acalmar o mesmo.
Seu semblante é cansado, e largo tudo pelo caminho pra ajudá-la.

- Dê-me ele aqui! -Peço com os braços esticados a sua frente e ele prontamente me passa Jamie. - O que houve com você hein garotão?! - Tento acalmá-lo o ninando e parece funcionar...
Durante alguns minutos...
Até ele disparar num choro forte, que o deixa vermelho como um camarão.

- Já não sei mais o que fazer, a horas ele está assim! - Exclama o pegando novamente, tentando oferecer o peito. Que ele se nega a pegar.

- Não será cólicas ou algo do tipo? - No mesmo momento lembro de meu pai, e pondero sob ligar ou não.

- Talvez... Pega meu celular ali. - Aponta pra mesinha de centro da sala e vou até lá, pegando o aparelho, entregando-o a ela em seguida.

Como imaginava que faria, ele liga pro sogro e relata tudo que está acontecendo com nosso filho, pedindo e recebendo as devidas recomendações.

Nesse meio tempo, pego novamente meu pacotinho azul barulhento, e volto a balança-lo enquanto ando a casa inteira.

Me perco no tempo, cantando e o ninando.

- Ele finalmente dormiu! - Diz Ana baixinho pra não acorda lo e caminhamos juntos até o quarto dele.

Deposito nosso pequeno ali e velamos seu sono por alguns minutos. Saímos de seu quarto e adentramos o nosso.

- Seu pai disse que esses incómodos são normais, e que vão passar. - Se estica antes de deitar-se.

- Ainda bem! - Me limito a dizer, enquanto começo a me despir.

- Por que demorou tanto, e por que esta tão tenso? - Se arrasta pela cama, me alcançando do outro lado. Põe as mãos em meus ombros e inicia uma deliciosa massagem.

- Muito trabalho na empresa hoje e... - Interrompo pensando se devo ou não contar sobre Grace.

- Não esconda nada de mim Christian! - Da um apertão em meu ombro, me fazendo reclamar de dor.

- Grace esteve lá hoje, quando eu estava saindo. - Começo e ela para o que estava fazendo.

- Então ela esta disposta a tudo mesmo. -Sussurra, mas ainda sim consigo ouvir.

- Como assim? Não esconda nada de mim Anastácia!

Pequeno MilagreOnde histórias criam vida. Descubra agora