Das crises que invadem o meu peito

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A que me põe num buraco negro

É a decepção comigo e com a minha arte.

Das crises que invadem o meu peito

É esse grito abafado que me rasga por dentro

E eu nem tenho quem me ouça.

Das crises que invadem o meu peito

Vem a ausência das tuas palavras aconchegantes

Que não mais proferes.

Das crises que invadem o meu peito

Que mais faz chorar compulsivamente desse jeito

É a falta que me faz um sentido.

Das crises que invadem o meu peito

As lágrimas são fragmentos

Desse triste sentimento

Que me faz permanecer no leito.

Das crises que invadem o peito meu

Vem a descrença das minhas palavras

Talvez julgue que não passe de falácias

As crises que ceifam os lírios do campo

E quantos lírios já morreu...




Autor: flordimandacaru

Livro: Mocidade e Morte

Sociedade dos Poetas Melancólicos [Volume 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora