Culpada

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A música alta, corpos dançando
 

       Bebidas nas mãos, beijos rolando

Amigos reunidos, aproveitando e festejando
Maria, cansada, foi ao bar relaxar
Chamou o garçom, uma vodka pode pegar
Era só o segundo copo, Maria não é de se embebedar
Pagou o garçom e esperou seu pedido
Olhou para multidão dançando sem parar
Riu consigo mesma: que passos sem sentido!
Mas enquanto se virava, não pode perceber
O boa noite cinderela que o garçom deu para ela beber
Desatenta, voltou sua atenção para o bar
Pegou a vodka, tomou até acabar
Na hora caiu, pensaram que dormiu
Depois vagos foram seus momentos em que conseguia pensar
No quarto de cima, abusada pelo "inocente" homem do bar
"pare, por favor!"
Pedido em vão. O homem não vai parar até se sentir o bonitão
No tribunal Maria o enfrentou
"Terei justiça" consigo mesma pensou
Mas o juíz para ela mostrou
Que enganada Maria ficou
A culpa é dela!
Quem mandou abrir as pernas?
Com essa roupa curta, esperava o quê?
Bebeu até cair, culpou o homem por quê?
O "pobre trabalhador" foi inocentado
E os protestos de Maria, com sucesso ignorados.





Autora: PesJullia

Livro: Reticências

Sociedade dos Poetas Melancólicos [Volume 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora