Ponto de vista

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Não sei se errado,
Se é certo
Se um olhar disperso
Pode ver o mundo
Ou enxergar o universo
Porém, prossegui
Da janela olho a vida
Passando lentamente
Um filme de aventura
Em que eu sou persistente
Lutando contra algo
Que me faça vencer
E no final serei eu que rirei de tudo
Olho mais uma vez e subo pela janela
Um olhar súbito mais uma vez a ela
Aquela flor que brota na terra
É como eu singela e pequena
E em cada pétala, uma face a descobrir
Bem-me-quer
Mal-me-quer
Me redescobrir
E então eu murcho
Como fonte de vida
A menos que a água me regue
E eu viva de novo
Foi assim que eu vivi
Murchei caí
Mas desabrochei em cada pétala
Pergunta incerta:
- O que faz aqui?
Sol que me queima
E me lembra da guerra
Do filme que eu percorri
Puxava da raiz a flor
renascida
Margarida, refém de
tampar a ferida
"Tampar o sol com a peneira"
E assim pequena me diz
Levantei e peguei um vaso
Em que os traços da planta
restava
Reguei com água do rio
E num instante a chuva
inundou
E em cada gota um ponto de vista
Uma dança na chuva
Um ato de amor
Terminei como figurante
E a protagonista:
A pequena flor


Encerramos o dia com mais uma poesia incrível da Biah Vargens

Encontre essa e outras poesias no livro dela: Aleatoriamente

Sociedade dos Poetas Melancólicos [Volume 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora