Capítulo 1

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[ Dayana Espinosa ]

Oito meses depois...

Quando meus pais descobriram que eu estava grávida, eles foram compreensíveis e me deram todo o suporte necessário, não me deixaram desamparada em momento algum e meu irmão, Matthew, ficou ao meu lado o tempo todo, porque amou a ideia de ser titio.

Eu continuaria na casa dos meus pais, mas o Taylor praticamente me obrigou a ir morar com ele alegando que nós havíamos feito o bebê juntos e teríamos que tomar conta dele juntos. Então eu me mudei para a sua casa e lá começamos a nossa pequena família.

Sinceramente, eu estou nas nuvens com esse bebê, embora seja um pouco estranho quando paro para pensar na escola.

Eu levantei e fui até a cozinha quando de repente senti um líquido correr pela minha perna. Será que eu fiz xixi? Não. Eu queria fazer xixi? Talvez. Minha bolsa estourou e eu definitivamente não estou pronta para ter um bebê.

– Taylor, a bolsa estourou! – gritei a plenos pulmões.

— QUÊ?! — Taylor grita em resposta. — Ai, meu pai do céu! —  ele desce as escadas correndo e quase caindo de tão apressado já com as chaves do carro em mãos. —  Vamos, Day!

No carro...

– Ei, nós nunca falamos sobre nomes de bebês... – Taylor disse.

– Verdade... – concordo. – Mas é sério que você quer decidir o nome do bebê agora? Eu estou em trabalho de parto, Taylor!

– Ei, fica calma! Só estou tentando te distrair, ok? Caso venham as contrações... A vovó disse para eu fazer isso quando a hora do bebê chegasse.

– "A hora do bebê"? – pergunto rindo.

– Tá, esse nome fui eu que dei, mas o lance da distração foi mesmo coisa da vovó. – ele deu de ombros, dando um leve sorriso. – Ah, e a Lis me aconselhou a não te estressar.

– Te desejo boa sorte desde já, Michael.

– Ih... Me chamando pelo nome do meio, Marie? – Tay devolve me chamando pelo meu segundo nome. – Pelo visto não sou muito bom em seguir conselhos, já te estressei.

– Na verdade não, eu só queria te perturbar mesmo. – dou uma risada e beijo sua bochecha.

– Ok, chatinha. – ele revira os olhos. – Voltando ao assunto, você tem algum nome em mente?

– Não entendo. Nós tivemos oito meses para decidir o nome do nosso filho e nesse tempo todinho nem sequer tocamos nesse assunto e agora a caminho do hospital você quer decidir algo tão importante? E se fizermos merda, Taylor? Não quero que nossa najinha sofra bullying na escola!

– Primeiro, melhor escolhermos agora a caminho do hospital para quando chegarmos lá e as enfermeiras perguntarem o nome do bebê para colocar na pulseirinha a gente tenha uma resposta pra dar. – ele aponta. – Ou você por acaso quer que nosso filho seja Sem-Nome? – dramatiza.

– Você é um idiota! – dou uma risada alta.

– Ué, mas eu tô falando sério. – pegamos um sinal vermelho, então ele para o carro. – Imagina só: Você acabou de dar a luz, aí a enfermeira vem, pega a criança e pergunta o nome para fazer o registro hospitalar e a gente responde "desculpe, ainda não escolhemos o nome". É isso que você quer, Dayana?

– Tá bom, dramático! – reviro os olhos me segurando para não rir de sua encenação. – Bem, eu não tenho nenhuma ideia, mas o que você acha de um nome brasileiro? Você ama o Brasil...

– Acho uma boa ideia, mas não conheço muitos nomes brasileiros... – ele respondeu.

– Que tal Luísa? – sugeri.

– Luísa? – ele perguntou se enrolando. Eu ri e dei um beijo e em sua bochecha. – Qual o significado?

– Luísa é como Louise em inglês, amor. Significa "guerreira gloriosa".

– Ok, mas você vai precisa me ensinar a falar o nome dela, porque eu realmente não consigo pronunciar direito. – ele respondeu. – E para menino? O que tens em mente?

– Pensei em Ni... – não terminei a frase porque soltei um grito devido uma forte pontada que senti.

– Ah, meu Deus! – Taylor gritou nervoso. – Calma, já vamos chegar ao hospital. – ele pega a minha mão e a segura. – Respira fundo.

Faço o que ele diz e continuo a falar.

– Pensei em Nicolas, tem quase o mesmo significado de Luísa... Significa "guerreiro e vitorioso".

– Ok, amor, você realmente precisa me ensinar a falar o nome dessa criança porque até agora eu não aprendi a pronunciar nenhum dos dois nomes... Que tipo de pai eu serei?

No hospital...

– Senhorita Espinosa, você só precisa empurrar. – o médico disse.

E eu empurrei com o máximo de força possível, mas parecia que aquela criança não queria sair de jeito nenhum.

– Vamos lá! Você consegue, Day. – Taylor disse enquanto segurava a minha mão.

– EU. NÃO. CONSIGO. – gritei pausadamente.

As dores estavam cada vez mais fortes e eu sentia que não seria capaz de continuar fazendo aquilo.

– Você consegue! Eu confio em você, amor. – Taylor respondeu.

Eu estava toda soada e gritava muito, aquela dor era definitivamente a pior dor que eu havia sentido em toda a minha vida.

– E-eu não aguento... mais. – falo fechando os olhos.

– Ei, ei, ei, ei, não me deixa. – Taylor diz nervoso. – Você aguenta sim. Lembre-se do que eu te disse quando descobrimos da gravidez, vai dar tudo certo.

Acreditei nas palavras dele e continuei empurrando. Depois de sete longos minutos empurrando, finalmente ouvi o choro pelo qual eu esperei nove meses para ouvir.

– Day, é uma menina! – meu namorado gritava animado. – Nós temos uma menina!

Taylor's ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora