Capítulo 4

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[ Hayes Grier ]

Se passaram cinco meses desde a grande revelação de Taylor sobre a pequena Malu e atualmente ela está com seis meses. Como Luísa já está grandinha, Day finalmente se sentiu segura para deixá-la com Tay em casa e ir para a escola. Eu tentei alertá-la que seria um grande perigo deixar uma bebê de apenas seis meses com o Caniff e que provavelmente quando ela chegasse em casa encontraria a filha vestida de cobra ou que durante a ausência dela Taylor faria uma live saltando de paraquedas com a criança, mas ela não quis me ouvir e decidiu dar um voto de confiança ao namorado.

Hoje era o nosso primeiro dia de aula e o primeiro horário era de química, uma matéria com a qual eu não tenho a mínima afinidade.

A professora Watson explicava sobre hidrocarbonetos e copiava algumas coisas no quadro quando a porta da sala foi aberta pelo monitor que trazia  uma garota loira. Ela pediu licença baixinho à professora e se sentou na fileira da frente. Acho que nunca a vi aqui, deve ser novata. O monitor chamou a senhorita Watson e cochicou algo em seu ouvido, em seguida se retirando da sala.

– Turma, temos uma intercambista conosco. – anuncia a professora Watson. – Dêem as boas vindas à Mariana Menezes! – a morena pede para que a loirinha se levante e fique ao lado dela. – Ela veio de Portugal. Por favor, sejam educados.

A loira ajeita seu óculos e dá um leve sorriso.

Nesse momento, pude observá-la melhor. Seus cabelos cor de ouro e levemente ondulados passavam mais ou menos seis centímetros de seu ombro. Seus olhos eram castanhos escuros e seu óculos cor de vinho tinha a armação quadrada. Tudo nela parecia perfeito. Ela é simplesmente linda! E nesse momento a música "Perfect" do Ed Sheeran fez total sentido pra mim.

"Now I know I have met an angel in person

And she looks perfect

I don't deserve this..."

– Limpa essa baba, Mini Grier. – a voz de Dayana me tira do transe.

– O quê?! Qual é, eu não tô babando!

– Ah, está sim! – ela passa o dedo indicador no meu queixo e depois o mostra coberto de baba.

– Ok, talvez eu estivesse babando! – admito envergonhado.

– Talvez, Hayes? – Day ri alto. – Se dependesse dos seus olhares, a coitada da novata estaria só pele e osso. Você a secou sem piedade!

– Mamãe sempre me disse que coisas bonitas a gente deve admirar. Eu só estava admirando a beleza dela! – faço uma carinha inocente.

– Espertinho! – Day ri.

Assim que a campainha indicando o intervalo tocou eu e Day corremos para a fila do lanche. Quando estendi o meu prato para pegar um pedaço de pudim, uma outra pessoa estendeu também o seu prato. Me virei preparado para brigar com a tal pessoa que ousava roubar de mim o último pedaço do doce e, para meu total espanto, quem estava ali era a loira que eu estava olhando no primeiro horário.

– Ah, desculpe. Pode pegar. – retiro meu prato e deixo que ela pegue o pudim.

– Obrigada. – ela sorri. – Prazer, Mariana. Mas pode me chamar de Mari.

– Hayes Grier. – me apresento. – Sou da sua sala.

– Sério? Nossa, me desculpa, juro que não te vi lá. Para ser honesta, eu não reparei em nada na sala, estava nervosa demais pra isso! – ela ri de leve.

– Tudo bem, não tem problema. – dou de ombros.

– Enfim, obrigada novamente, Hayes. Até logo, eu acho... – a loira pega sua bandeira e vai embora.

Depois de pegarmos nossos lanches eu e Day fomos para uma mesa comer e logo quatro amigas da Day, Nikolli e Anna Maria, chegaram e sentaram conosco.

– Day, a Luísa ficou com quem? – perguntou Nik.

– Taylor. – Dayana respondeu.

– Você teve coragem de deixá-la com o Taylor, Dayana? Sério? – Namaria pergunta incrédula.

– Eu falei a mesma coisa quando ela me contou. – concordei. – Quem em sã consciência confia no Taylor para cuidar de uma criança? Tem que estar  sob efeito de drogas pesadíssimas para ter tanta coragem!

– Tadinho do meu namorado! – Day gargalha alto. – Mas acho que ele vai se sair bem hoje. Quer dizer, eu espero que sim.

– Você não me parece muito segura, Day. – digo brincando e dou um gole em meu suco de uva.

– É como dizem, a gente confia desconfiando. – ela dá de ombros.

– Gente, sabe do que eu estou sentindo falta? – Namaria solta de maneira aleatória. – Festas! Antes da gravidez da Day nós dávamos pelo menos uma festa por semana. Estou com saudade de dançar e beber com vocês. E, principalmente, estou com saudade de transar!

– Misericórdia, que ousadia! – Nikolli diz. – Gosto assim. – ela faz uma cara maliciosa e as duas começam a rir.

– Vocês duas não prestam! – Day ri. – Mas vou ser sincera, também estou sentindo falta das nossas festas.

– E quem não sente? – pergunto retoricamente.

– Ei, por que não damos uma festa nesse final de semana? – Nikolli sugere. – Festa de volta as aulas.

– Acho uma boa ideia, mas e a Luísa? – Day pergunta receosa.

– Você não pode deixar com os seus pais? – Namaria pergunta.

– Imagina só: "Pai, mãe, será que vocês podem cuidar da neta de vocês essa noite? Eu e o Taylor vamos para uma festa". Sem chance. – Day balança a cabeça negando.

– Que tal uma babá? – eu sugiro.

– Não vou deixar minha filha sob os cuidados de uma desconhecida!

– Assim você quebra as minhas pernas, Mulher Cobra! Bom, eu tive uma ideia, mas ela é muito ruim....

– Fala aí, narigão. – Dayana pede.

– E se a festa for na sua casa? Você e Taylor deixaram a Malu no quarto e aproveitam a festa.

– Você tinha razão, sua ideia é realmente ruim, Hayes. – a garota me responde.

– Ah, não! – Nikolli protesta. – Precisamos dar um jeito nisso, essa festa tem que rolar!

Taylor's ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora