Capítulo 14

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[ Dayana Espinosa ]

Eu e Gilinsky vamos para a sala e nos sentamos no sofá, um ao lado do outro. G me olha meio triste e eu o abraço.

— O que foi que aconteceu ontem a noite? Você conseguiu achá-la pelo menos?

— Consegui, mas foi horrível. Quando a encontrei ela estava tão bêbada que se eu não tivesse me identificado ela não teria descoberto quem eu era. Quando encontrei a Nik, ela estava quase caindo na pista de dança de tão bêbada, Day.

Tento fazer uma expressão de espanto, mas eu não estava surpresa. Eu conhecia minha amiga, sabia que ela gostava de dançar, beber e ficar louca em festas. Não tinha como a defender.

— Nik me pediu pra levá-la ao segundo andar, me empurrou para dentro de um banheiro, fechou a porta e começou a me beijar...

— Woah! — digo baixinho espantada. — Que bom, pelo menos um de vocês tomou uma atitude.

— Mas eu a recusei. —completei.

— Qual o seu problema, Gilinsky? Por que recusou a Nik? Você gosta dela, cabeção!

— O quê?! Pelo amor de Deus, Day! Você não ouviu o que eu disse? Ela estava muito bêbada, não iria lembrar que passou a noite comigo.

— E daí? — pergunto sem entender.

— Não sou nenhum babaca, Day. — o olho significativa. — Ok, eu sou um pouco babaca. — continuo o olhando. — Tá bom, eu sou muito babaca. — Jack revira os olhos. — Mas eu realmente gosto da Nikolli, não quero a fazer sofrer e também não quero sofrer. Não queria fazer nada com ela sem que ela se lembrasse de cada mínimo detalhe, eu jamais me aproveitaria dela.

— Ah, para de se fazer de santo. — reviro os olhos. — Eu te conheço.

— Meu Deus, até você?! — Jack pergunta incrédulo. — Nik disse a mesma coisa pra mim quando eu afastei, me chamou de canalha ou cafajeste, sei lá, nem lembro a palavra que ela usou para me descrever. Falou também que não queria me ver de novo nem se eu estivesse coberto de chocolate.

— Ué, mas você não presta mesmo. Não tenho como te defender, desculpa. — dou de ombros.

— Tá, eu sei que todos têm uma impressão de que eu sou um conquistador e que não ligo para os sentimentos das meninas, mas eu realmente gosto da Nikolli, Day.

— Se gosta mesmo dela, por que não faz algo a respeito?

— Porque eu não a mereço! — ele coça o pescoço. — Já fiz merda e a machuquei bastante, não quero piorar as coisas. Nik merece alguém melhor do que eu.

— Não é você quem decide isso, Gilinsky!

— Eu me sinto culpado, ok? Passei os últimos dois meses tentando achar uma maneira de me aproximar dela, mas eu não consegui. E ontem só o fiz porque você e o Taylor literalmente me empurraram.

Assim que ele termina de falar, ouço alguns passos vindo da escada e o mando voltar para a cozinha. Ele sai correndo e eu dou uma leve risada. Pego meu celular e entro no twitter, fingindo estar ocupada caso seja Nik que esteja vindo. Quando olho para trás, vejo que eu estava certa, era ela mesmo que estava descendo.

— Bom dia, Day! — Nik diz alegre e me abraça. — O pessoal já está na cozinha?

— Sim, estávamos apenas esperando você. — respondo.

— Ah, sim. — ela diz e solta um bocejo. — Me desculpa, ainda estou com sono.

— Tudo bem. Eu também estou com sono, mas o dever de mãe me chama... Tay e eu temos que buscar a Malu na casa dos meus pais. Caso contrário, eu não levantaria da cama antes de meio dia da cama.

— Oh, vocês vão buscar a Malu? — balanço a cabeça em afirmação e ela me olha de cima a baixo. — Seu look tá lindo, mas tá faltando algo. Posso fazer uma trança em você?

— Claro. — respondo.

Nikolli senta ao meu lado e eu viro de costas pra ela, que começa a fazer uma trança estilo escama de peixe em mim. Em poucos minutos ela termina de fazer e reclama por eu estar sem maquiagem, então me entrega um batom rosa bebê.

— Sei que ainda é manhã, mas pelo menos um batom rosa ou um batom nude, quem sabe, você deveria usar. — ela diz.

— Eu sei, mas tenho preguiça de me maquiar.

Eu e Nik vamos para a cozinha e quando entramos, sinto a morena tremer ao meu lado. Olho em volta do cômodo e vejo que todo mundo já está nele, então olho para Nik e ela me olha de volta em pânico, praticamente pedindo socorro.

— Não sabia que ele estava aqui. — ela sussurra pra mim.

— Como assim? — pergunto confusa. — Ele dormiu aqui. Aliás, Matt e Mandy também. Você não lembra disso?

— Não. – diz nervosa. — Mas por que ele dormiu aqui?

— Ele veio pra festa e acabou ficando.

— Ele veio pra festa?! — Nik me olha parecendo não acreditar em minhas palavras.

— Veio. — respondo. — Caramba, Nik! Você realmente não lembra de nada do que aconteceu ontem a noite?

Ela balança a cabeça negando e nós nos sentamos na mesa. Pego uma xícara, coloco café com leite e pego um sanduíche. Nik pega um sanduíche, coloca ovo dentro e pega um copo de suco de laranja.

— Olha, acho que você precisa conversar com o G.

— Por que? Aconteceu algo que eu deveria lembrar?

— Bom, qual é a sua última lembrança?

— Eu bebendo com você, eu bebendo e dançando com a Namaria... Não faço a mínima ideia do que aconteceu depois disso.

— Nikolli, você realmente precisa conversar com ele.

— Ele que se distanciou de mim, Day.

Sem saber o que responder, apenas dou uma mordida em meu sanduíche e fico calada pelo resto da refeição. Quando faltavam dez minutos para dar onze horas, eu e Taylor nos despedimos do pessoal e fomos para a casa dos meus pais buscar nossa filhinha.

Taylor's ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora