Capítulo 7

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"Escrevo para te encontrar em minhas linhas, já que sua vida me é imaginaria, me deixastes com um gostinho de saudade, daquela falta gostosa, que te aquece o peito só de te pensar. Tua presença me é indispensável, ah, Carmen, como gosto de tu.

Talvez meus leitores sintam pena de mim, e pensem o quão ruim deve ser gostar do imaginário, pelo contrário, te gostar me faz bem, tu me faz um bem danado. És tudo o que sempre quis, por isso amo-te, e diante todas suas falhas, imperfeições e erros, ainda sim és perfeita.

Escrevo-te para que se apaixonem por ti assim como eu, uma louca irrefreável, uma não escritora avulsa, uma apaixonada pelo erro, uma amante de paixões, uma paixão de amores.
Deixo a vós a escolha de como me titular.

Abra os braços, Carmen, tudo isso aqui é teu. Todo esse mundo, todas as pessoas, todos os sentimentos e emoções. Mal sabes o que eu faria pra te arrancar um riso, sorria, minha menina mulher. viva intensamente e sinta demais, não precisastes de ninguém, seja sua própria Fortaleza."

A manhã em New York está de um clima  ameno, nem frio, tampouco calor, Uma manhã boa em minha opinião. Normani saiu cedo hoje, mal a vi saindo pela manhã para resolver o que quer que fosse, então, tomei meu café da manhã sozinha.

Meu braço está realmente melhor, passou-se alguns dias desde que me encontrei com Camila no bar, consequentemente no mesmo dia em que machuquei o pulso. Se continuar com esse desempenho, com certeza em alguns dias estarei nova em folha.

Quanto a Camila, que não me ligou ou mandou mensagem por esses dias, também não pude a acompanhar em suas gravações, pois é, minha mãe decidiu que era uma boa hora de eu passar mais tempo com ela e Taylor, por isso, passei alguns dois ou três dias com elas.

Hoje finalmente poderia voltar a ir às gravações, e estou me sentindo animada com isso, tudo está se desenrolando maravilhosamente bem e eu realmente me sinto em culpa por perder algumas partes, partes estas que eu mesma escrevi, obrigado.

Terminei meu café enquanto fazia uma passagem mental sobre meus últimos dias, agradeço por hoje ser escritora e poder seguir com meus devaneios, acredito eu que não daria certo se eu fosse, por exemplo, uma guarda de trânsito, sim, não daria.

Rapidamente limpei a pouca louça que por ali deixei. Uma coisa ótima e muito importante de morar sozinha é que você limpa suas próprias bagunças, ou seja, você tem preguiça de qualquer jeito mas não se sente na época da escravidão, é uma sensação ótima e eu recomendo.

Tranquei meu apartamento enquanto passava pelo hall da entrada, logo avistando a mesma figura que me acompanhava pelas manhãs todos os dias.

-um dia ensolarado lá fora, Joshua? - a rouquidão de minha voz cortou o vento enquanto o observava sorrir caloroso para mim.

-hoje não Lauren, talvez o clima te agrade. Tenha uma ótima manhã! - me sorriu novamente enquanto passava por sua pequena área de serviço.

-para você também Joshua! Bom serviço. - me despedi rapidamente.

Nossas conversas não passavam de monólogos pelas manhãs, mas Joshua é um ser humano incrível, gentil e caridoso, sempre cuidando muito bem de todos dos apartamentos. Criamos uma amizade, do nosso jeito, eu sei, mas criamos.

Percorri todo o caminho de estrada, e alguns de barro, cantarolando alegremente as musicas do rádio, estava tão distraída e desligada que esqueci-me de colocar alguma, porém pouco me importei, eu estou de bom humor afinal. Nem as buzinas, os xingamentos tampouco o barulho de saltos batendo no concreto do asfalto me tirou da paz, coisas que, normalmente eu odeio, mas que sei que é uma coisa normal da minha cidade, eu vivo em New York, não posso me esquecer disso.

Escritora Errante Onde histórias criam vida. Descubra agora