Terça, 31 de abril, boate Verdant

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Terça, 31 de abril, boate Verdant

Ele estava preso no pior clichê da história das comédias românticas, Oliver e Felicity se agarravam ao seu lado, enquanto Íris e Eddie faziam o mesmo a sua frente, os únicos que pareciam ter a decência e pena dele eram Tommy e Laurel, os dois conversavam entre sussurros por causa da barulheira na boate. Sentiu uma mão pousar sobre seu ombro, levantou a cabeça encarando a figura recém chegada.

-Pensei que não viria. - sorriu para Patty que se jogou em seu colo, sua atual namorada estudava em um período diferente do dele, os seus encontros ocorriam mais entre uma aula e outra, mas ainda assim eram os melhores possíveis.

-Desculpa, me complique com a entrega de um trabalho.

-Ok vamos dançar? Estou cansado de ficar sentado aqui.

Ela assentiu e o puxou em direção a pista de dança. Barry não se considerava um ótimo dançarino, mas podia se virar muito bem em uma sala escura cheia de narcisistas que só se importavam com si próprios. In the name of love tocava pelas caixas de som que se multiplicavam pelo lugar, Patty sorria enquanto se remexia ao ritmo do remix de batidas e a letra viciante. Ele gostava de Patty, porém não a amava, tentava muito, mas havia algo que lhe impedia de sentir aquele sentimento puro e verdadeiro por ela, não algo, mas alguém. Ele se odiava por amar uma pessoa que nem ao menos conhecia, era idiotice se apaixonar por uma pessoa que viu apenas uma vez na vida, embora tivesse certeza que era o destino que havia colocado ela ali, justamente naquele dia, se um dia a encontrasse, e com certeza a encontraria porque estava trabalhando arduamente para isso, teria que agradecer a Íris por arrastando para a cafeteira naquele dia.

Patty continuava a dançar sensualmente agora ao som de Despacito, riu a puxando para perto e iniciando um beijo cheio de segundas intenções. Ela mordeu seu lábio inferior rindo. Alguém resmungou algo sobre falta de vergonha e que eles deviam ir procurar um quarto, Patty pareceu ouviu pois aprofundou as carícias e começou arranhar suas costas por cima da blusa, geralmente ele adorava quando ela fazia aquilo, mas aquele tom de voz, a repreensão, algo no jeito que a pessoa falou o fez parar e afastar a namorada de si.

-O que foi? - ela questionou, com os lábios inchados e vermelhos por conta do beijo.

-Acho melhor irmos com calma. - disse fazendo-a esquiar uma das sobrancelhas bem feitas.

-Sério?

-Que tal irmos para a minha casa? Podemos assistir a um filme. - sugeriu, no rosto de Patty estava o mais profundo tédio a menção destas palavras. - Ou você pode ficar e eu vou para casa.

-Tem certeza? Eu posso ir se quiser.

-Você pode ficar, apenas perdi a vontade de ficar no meio destas pessoas.

Ela sorriu animada e o beijou.

-Te ligo mais tarde.

-Ok.

Se afastou da namorada e seguiu o caminho até seus amigos, depois de uma rápida parada apenas para pegar o casaco e gritar para Felicity ficar de olho em Patty, saiu da boate. A chuva fina quase não molhava, mas produzia uma friagem que o fazia tremer, esperou no meio fio enquanto o manobrista voltava com o seu carro, a poucos metros dele havia uma linda morena usando um micro vestido de paetês azuis ou pretos, estava escuro demais para distinguir, ela se abraçava e tremia de frio. Se aproximou dela e notou algo familiar, era como se estivesse tendo um déjà-vu.

-Com licença. - ela se virou, ele sorriu. - Caitlin Snow, do fundo do meu coração você era a última pessoa que eu esperava ver aqui.

Ela o olhou estranho, talvez tentando se lembrar de onde o conhecia, mas quando finalmente conseguiu tentou dar um sorriso.

-Oi, o braço está melhor?

-Muito melhor, graças a você.

Caitlin voltou a tremer, ele então retirou o casaco e lhe entregou.

-Não precisa. - ela recusou educadamente. -Claro que precisa, você está tremendo de frio e minha mãe me mataria se soubesse que eu não dei meu casaco a um donzela indefesa.

Ela pareceu ponderar, mas no fim acabou aceitando.

-Obrigada. - Caitlin vestiu o casaco e fechou os olhos sentido o corpo aquecer.

-Está esperando alguém? - indagou ao notar o seu carro se aproximar.

-A boa vontade de um motorista de táxi passar por aqui. - ela sussurrou entredentes.

-Então você realmente não conhece esse lugar, nenhum táxi vai aparecer por aqui, nenhuma pessoa é idiota o suficiente para vagar por essas bandas sozinho.

-Me diga que você está brincando, por favor. - seus olhos castanhos imploravam em desespero, ele sorriu sem jeito. - Argh, eu vou matar o Cisco!

-Você quer uma carona? - perguntou pegando as chaves da mão do manobrista.

-Só se você estiver indo para o One Grinder .

-Olha, você está com sorte, eu realmente tenho que passar lá para chegar em casa. - mentiu, sua casa ficava no caminho oposto ao One Grinder, mas estranhamente por ela, ele faria aquele sacrifício.

-Tem certeza? Não quero atrapalhar o seu caminho.

-Vamos logo, Caitlin. Quanto mais rápido você chegar em casa, mas rápido você toma um banho quente.

Talvez tivesse sido a menção do banho quente ou o total desespero dela, mas Caitlin assentiu e entrou no carro.

-A propósito, meu nome é Barry, Barry Allen.

Ela sorriu, um sorriso tão e sincero que fez seu corpo arrepiar.

-Prazer em conhecê-lo.

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