Capítulo 38

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Assim que entro em casa a conversa para. Meus pais e Rose estão na cozinha conversando e me encaram preocupados quando paro na soleira.

- não se calem por mim. – digo sarcástico.

- com essa aura pesada você poderia calar um quarteirão. – Rose diz.

Suspiro pesadamente e me jogo na cadeira ao lado dela com meus pais sentados á frente.

- não tenho argumentos contra isso. Na verdade acho que hoje já não tenho argumentos contra nada. – solto exaustivo.

- oh, coitadinho. Aprendendo as lições da vida? – Rose zomba bagunçando meu cabelo e eu a afasto com um tapa leve.

- ah pelo céus, não me fale de lições de vida. – reclamo. – afinal, o que é que foi aquilo com o Kadriel? Argh! Vou ter arrepios pelo resto da vida. – digo a ela com repulsa, mas Rose nem se abala.

- eu te disse. – minha mãe diz a ela insinuativa. – é nojento Ross.

- não é não. – Rose rebate. – ele tem um certo charme.

Minha mãe e eu fazemos uma careta.

- muito nojento. – Mon diz.

- totalmente. – concordo.

Rose olha para meu pai a procura de algum apoio, mas ele da nos ombros e diz:

- inegavelmente repulsivo.

Com isso caímos na risada enquanto Rose parece ofendida, mas mesmo assim ri.

- vocês são um bando de mal-amados com mal gosto. – ela se defende sem argumentos.

- oh Deus... – minha mãe recupera o ar. – um argumento totalmente invalido.

- com certeza. Posso ter feito péssimas escolhas, mas Kadriel...

- Ei! E Azazel não conta? – ela rebate com maldade.

Ergo um dedo para ela.

- eu tenho muitos argumentos sobre isso, ao contrário de você. – destaco. – no meu caso foi por livre e espontânea chantagem.

- ele tem um bom ponto. – meu pai da nos ombros.

- hilário. – Rose diz nos observando. – e vocês soam como se não fosse nada demais.

- ah minha cara Roseane, é algo demais. Mais que demais, é tremendo. – minha mãe diz com leve sarcasmo enquanto encara sua caneca com café. – mas, estamos lidando com isso. – ela joga uma piscadela pra mim.

- falando em lidar com as coisas... – meu pai se vira para mim. – como ela está?

Ele não precisa especificar pra mim saber que está perguntando da Liv. Respiro fundo.

- confusa, irritada, chocada... eu não sei.

- Andy está com ela? – minha mãe pergunta cautelosa.

Entramos em um campo minado e eles sabem disso.

- ele achou que seria muito melhor ela ficar na casa dele. – encaro a caneca na mesa e sinto que posso explodi-la com a mente. – bem longe de mim.

O clima pesa e é Rose quem pergunta indiscretamente.

- ok, é melhor ele ou ela ficar longe de você?

Dou um riso oco, sem muito humor.

- é uma boa pergunta. Aposto que os dois. – digo dando nos ombros.

Símbolos de Sangue (Livro 2 da saga "Anjos da Terra")Onde histórias criam vida. Descubra agora