Capítulo 42

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- tenho que te contar uma coisa. – Andy diz apoiado em meu peitoral enquanto olhamos para o nada e apreciamos o silencio juntos.

- porque isso não soa bem? – murmuro sarcástico e ele me da um beliscão. – aut! Ok, ok. Conte.

O vejo respirar fundo, o peito nu subindo e descendo devagar antes de se virar para mim com receio.

- perguntei ao meu pai sobre minha mãe.

Isso me pega de surpresa, o encaro desta forma.

- isso é, um grande passo. – admito. – o que ele disse?

Andy se senta e encara os lençóis.

- que ela morreu. – responde simplesmente.

Inclino a cabeça um pouco para o lado para tentar ver seu rosto.

- e você acha que é mentira?

Ele aperta os lábios pensativo.

- eu não sei. Fico me perguntando o porquê deles terem escondido isso de mim.

- Andy, me desculpa se isso vai te ofender, mas talvez ela tenha realmente te abandonado, sendo filho legitimo do Leo ou não.

Ele assente minimamente.

- eu pensei nisso. Mas quando eles me contaram, antes de Chris... – suspira. – Chris parecia ainda incomodado, ele disse quando Leo saiu naquela noite: "A verdade pode doer filho, mas é sempre melhor do que a mentira". – seus olhos tremem um pouco com a lembrança. – pode parecer bobo, mas sinto que ele queria me dizer algo.

- bom, Chris costumava estar certo. – pondero. – mas ainda mantenho minha teoria. – Andy fica imerso em pensamentos o que me faz segurar seu queixo para que ele me olhe. – se quiser ajuda, ir atrás, descobrir... pode contar comigo. Mas se quiser apenas deixar para lá, também conte comigo.

- você concorda? Com Chris? – pergunta fraco.

Solto o ar devagar e lhe dou um olhar carinhoso.

- não, eu não concordo. – admito. Andy franze o cenho levemente. – as pessoas mentem por um motivo An.

- nem sempre.

- quase sempre. Se não por elas, então por quem se importam. – mexo em um cacho ruivo de sua franja bagunçada. – Leo se importa. Ele pode ser o que for, mas te ama mais do que tudo no mundo.

Ele balança a cabeça.

- mesmo assim... quero saber porque a verdade tem que ser escondida.

- tem certeza? – soo receoso e ele assente convicto. – tudo bem. Vamos fazer isso.

- tudo bem se eu pedir ajuda a Liv também? Ela é mais atualizada nesse mundo mundano, e os pais são advogados...

- é serio que esta me dizendo isso? – indigno fazendo uma careta. Ele para me encarando hesitante. – quem você acha que sou? O que acha que sou?

- eu não quis te ofender Jemy. – diz segurando minha mão. – mas não foi só ela que percebeu como nos olhou naquele jantar. E eu odeio aquele olhar em seu rosto.

- que olhar?

- o que mostra o quanto você se sente traído. Não é como olhou para Azazel, mas como nos olhou naquela noite em que Liv foi atacada. – aperta os lábios. – eu realmente odeio aquele olhar.

Desvio os olhos dele me encostando nos travesseiros.

- não é como se eu conseguisse controla-lo.

Símbolos de Sangue (Livro 2 da saga "Anjos da Terra")Onde histórias criam vida. Descubra agora