Capítulo 5

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M A N O E LA

Eu não conseguia parar de passar o dedo por cima de onde o Lucas havia beijado, isso é tão cena dos meus livros de romance, as partes que faz meu coração bater mais rápido e eu soltar suspiros de apaixonada. Eu nunca ganhei um beijo de um menino antes, mesmo que esse não seja um beijo igual todas as garotas esperam, mas foi o suficiente pra me fazer sentir um frio na barriga.

- E que cara de apaixonada é essa?

- Que cara de apaixonada?

- Que você está!

- Eu não estou apaixonada!

- Mas está com cara de quem está! Tudo isso por causa do Lucas?

- Não tem nada haver com o Lucas, estava pensando em um dos romances que eu estou lendo!

- Você está mentindo! - Ela riu. - Não acredito que vai começar a me esconder as coisas nessa altura do campeonato.

- Não estou te escondendo nada! Mas não tem como eu te contar algo que não tem, o que quer qui eu faça, inventa?

- Não! Mas me diga o que houve!

- Mas não houve nada, Nicole!

- E essa rosa?

- O que qui tem?

- Quem te deu?

- Lucas trouxe. Dei de ombros.

- É? E não houve nada?

- Não! Lucas está tentando me agradar para que eu faça o trabalho sozinha!

- Sei! - Ela riu. - Essa história vai ser longa!

- Vai mesmo, três semanas.

- Vai além disso.

- Não inventa, pelo amor de Deus!

Rolei os olhos e taquei uma almofada nela, que agarrou rindo.

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O resto da semana passou normal, a não ser pelo fato do Lucas ter me trago uma rosa todos os dias e me dado um beijo no rosto todas as vezes que se despediu de mim, fazendo aquele frio na barriga voltar sempre com maior intensidade.. Eu ficava totalmente constrangida perto dele, totalmente sem graça e ele parece que percebeu isso, porque estava sempre me elogiando ou passando a mão no meu cabelo. Eu não queria criar ilusões na minha cabeça, Lucas não é o tipo do cara que se interessaria por mim, ainda acho que ele só está querendo que eu faça o trabalho para ele, porque não tem outra explicação.. Estava sentada em uma das mesas da biblioteca, terminando de revisar a matéria da prova quando o Lucas se sentou na minha frente e colocou uma pasta em cima do livro, impossibilitando minha leitura.

- O que é isso?

- Abre!

Abri a pasta e lá continha o relatório manuscrito do trabalho, na qual o Lucas realmente havia feito.

- Parabéns. - Disse colocando a folha de volta na pasta e devolvendo para ele.

- Que falta de vontade.

- O que queria que eu falasse?

- Não sei! Já que você estava desacreditando de mim!

- Porque será né Lucas? - Voltei meus olhos para o livro e senti ele pegando em minha mão.

- Tenho um convite para te fazer?

- Que tipo de convite?

Puxei minha mão quebrando o contrato e encarei ele.

- Sair.

- Sair?

- Sim! Porque a surpresa?

- Por que você está me chamando pra sair?!

- O que tem?

- Antes você só me zoava, agora que estamos fazendo trabalho juntos, você quer me chamar pra sair?

- É porque percebi que você é uma boa pessoa! Não é o que eu imaginava!

- E o que você imaginava?

- Que você era uma patricinha chata!

- Eu nunca me comportei como uma patricinha!

- Você vê o carrão que vem te buscar todos os dias?

- Meu pai é dono de uma concessionária. - Dei de ombros e ele riu.

- E sua casa?

- Vem de gerações! O que você quer falar também, Lucas, sua familia é uma das mais ricas do estado!

- Mas nada lá é meu!

- Mas é o que te sustenta não é? Você vive uma vida de luxos, mas não trabalha!

- Eu sei! - Sorriu. - Estamos fugindo do assunto, quer sair comigo ou não?

- Não sei se é uma boa ideia! Você é o garoto problema do colégio, meu pai não deve deixar.

- E seu pai precisa saber que é comigo?

- Está supondo que eu minta pro meu pai?

- Você nunca fez isso né, Manoela?

- Não!

- O que de diferente, você já fez na sua vida?

- Nada!

- E nunca teve vontade de fazer?

- Não sei, nunca parei pra pensar nisso!

- Você tem uma vida muito parada princesinha, tem que começar a viver mais.

- Eu gosto de ficar em casa, no meu quarto, afundada em meus livros!

- Isso é legal e tudo, pra quem gosta de estudar, mas a vida passa muito rápido pra você não saber aproveitar ela!

- É Lucas, o que eu não quero é ter dezenove anos e estar no segundo ano do ensino médio!

- Saia um pouco da defensiva comigo, princesinha! Estou tentando te ajudar.

Respirei fundo e fechei o livro, já que ele não deixaria eu prestar atenção nele mesmo!

- .. Olha, vou te ajudar a viver!

- É, e como?

- Relaxa e deixa comigo! Mas e ai, vai aceitar meu convite ou não?

- Ta bom Lucas, eu aceito!

Ele sorriu.

- Você não vai se arrepender!

- Mas vamos em um parque, uma praça, tomar um sorvete, algo assim.

- Que programa de mariquinha é esse?

- Não é programa de mariquinha!

- É sim, mas ok! Vou deixar você escolher dessa vez o lugar, mas só dessa vez!

- Obrigada!

Sorri sem mostrar os dentes e ajeitei meu óculos no rosto e me levantei, juntando meu material.

- Agora vou pra sala, o professor já deve estar chegando.

- Nos vemos lá.

- Ok.

Sai andando e deixei o Lucas na biblioteca, mordi o canto da boca pensando se aceitar a proposta dele, foi ou não uma boa ideia.

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Avatar: Bárbara Palvin

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