Doce Ilusão

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M A N O E L A

Quando tiraram minha filha de mim, eu senti um vazio enorme e tive vontade de chorar, mas entendia que ela precisava de cuidados, assim como eu! Eu podia ver o Lucas de costas pra mim, possívelmente próximo aonde nossa filha estava e sorri aliviada! Ele esteve ao meu lado, como prometeu e sou grata a Deus e a ele por isso, não sei se conseguiria enfrentar tudo isso sozinha!

Depois de limpa as enfermeiras me levaram de novo para o meu quarto e eu estava exausta, mas queria ver minha filha novamente e sei que em breve eles a trariam.

- Lucas, é linda!

- Sim, é linda! - Sorriu acariciando meu rosto. - Obrigado por ter me dado o melhor presente da minha vida! Eu sei que fui um idiota com você, sei que te machuquei e fiz coisas imperdoáveis e que eu não deveria nem estar aqui depois de tudo que eu fiz! Mas mesmo assim você me deu a chance de ser pai, de participar da sua gravidez, obrigado!

Sorri limpando as lágrimas que escorreram em meu rosto.

- Você cuidou de mim quando eu mais precisei Lucas! Não quero criar nossa filha lembrando das coisas do passado, quero que tenhamos uma nova história daqui pra frente e que possamos ser pra elas os melhores pais que conseguimos.

Ele concordou com a cabeça e beijou minha testa e eu fechei os olhos sorrindo! Eu estaria mentindo se não admitisse que toda essa mudança nos últimos meses do Lucas tem mexido comigo, porque tem, e eu não sei o quanto isso pode ser bom ou ruim.

Ouvimos batidas na porta e logo uma enfermeira entrou com um pacotinho rosa nos braços e eu sorri.

- Acho que tem uma criança com fome, mamãe.

Sorri com lágrimas escorrendo pelo meu rosto e quando a enfermeira me entregou minha filha, eu pude ver o quão linda e frágil ela era, parecinha uma bonequinha de porcelana... Passei o dedo pelo seu rostinho e encarei o Lucas que sorria com lágrimas no rosto.

- Tão linda.

- Assim como você! - Lucas disse sorrindo.

- Quer pegar?

- Tenho medo de deixar ela cair!

- Eu te ajudo! - A enfermeira disse simpática e eu entreguei a Heloísa para ela que com todo cuidado do mundo ajudou Lucas a carregar nossa filha e eu sorri, limpando as lágrimas que escorreram ao ver essa cena.

Lucas seria um bom pai e agora mais do que nunca eu tinha certeza disso! Ele teve todo o cuidado com nossa filha em seus braços e encarava ela com tamanha admiração e algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto, sem medo de estar constrangido por causa disso! Ele estava tão emocionando quanto eu com o nascimento da nossa filha e isso é ótimo! Quando Heloísa começou a chorar, Lucas me encarou com a cara assustada.

- Eu não fiz nada! - Afirmou.

- Ela está com fome! Agora é hora da mamãe.

A enfermeira pegou minha filha dos braços do pai e me entregou a mesma, ajeitei Heloisa e a mesma começou a esfregar seu rostinho contra meu peito coberto pela camisola.

- .. Sabe dar de mamar querida?

- Não! - Neguei com a cabeça e ela sorriu.

- Tudo bem, eu te ajudo! O segredo para a amamentação eficiente e sem dor é uma boa "pega" e uma boa posição. A pega correta requer que o bebê abocanhe toda a aréola ou grande parte dela. O ideal é que não dê para ver quase nada da parte mais escura do seio fora da boca do bebê.  Quando o bebê faz a pega certinha, fica com boca de peixinho, com os lábios virados para fora, bochechas arredondadas, queixo encostando no peito e nariz livre.