Capitulo 3-Casa Abrigo/Adoção

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Um certo dia,eu e Bruno estávamos voltando da escola (Matiel Pires),minha irma Raisa foi nos buscar,chegamos em casa ,Minha mãe estava lá,sentada na calçada bebada. Estava gritando,cantando e fazendo barraco.Nos entramos em casa logo depois,minha mãe chamou minha irmã para fora,e veio um barraco maior,eu sai para fora também. Me assustei ,senti um medo que nunca senti pior naquela época. Tinha 3 viaturas da policia e 2 carros escritos "conselho tutelar de Mirassol". Não estava entendendo nada. Minha irma tinha entrado em um dos carros,eu e Bruno entramos neles também.
O Carro foi ligado,olhei para trás e minha mae estava batendo boca com os policiais. Logo em seguida fomos levados para uma casa grande,era branca com detalhes verdes,o portão era verde também,entrei lá sem entender nada,minha Irma estava pálida e assustada.
(Eu): Ra..o que esta acontecendo?
Raisa: Laurinha ta tudo bem
(Eu): to com medo..
Raisa: Eu também...
Bruno estava assustado e também não entendia nada. Uma mulher meio Ruiva e magra mandou a gente se sentar, ela queria conversar conosco,Queria nos explicar o que estava acontecendo. Primeiramente ela nos disse que iriamos morar lá por um tempo,Que minha mãe não tinha mais condições de cuidar de nós,e ela disse que iria arrumar um lugar melhor para moramos.No primeiro momento eu achei ate bom,íamos ter uma casa,comida,agua quente e etc.. Mas depois parei para pensar o que ela quis dizer com "achar um lugar melhor",mas tudo bem,ficou tudo diferente,principalmente na escola,que foi onde o Bullyng começou. Foi uma epoca muito dificil,Na casa abrigo,tinha a hora da visita,era logo depois do almoço,minha tia avó Celina é quem sempre nos visitava,ela era irmã do meu avô Silvio,por parte de mãe,ela e minha mãe sempre ia nos visitar,minha mãe pareceu estar bem depois daquilo,pelo menos uma vez na vida.
Mas em uma das visitas,um Homem vem alto apareceu, era o Pai da minha irmã Raisa,Ele tinha conseguido a Guarda definitiva dela,pelo que sei Raisa parecia feliz por sair dali,mas preocupada em relação a nós,Lá me chamou para o Quarto em que dormiamos, Me sentei no colo dela,e ela fazia carinho no meu cabelo todo cheio de cachos.
Raisa: Ta tudo sabem Laurinha
(Eu): você vai embora?
Raisa: Vou sim mas entraremos sempre em contato OK? Prometo!
(Eu): OK..
Logo em seguida ela se despediu de nós e foi levada pelo seu pai, doeu ver ela ir embora,estava com medo de não ver ela nunca mais, ela era tudo que a gente tinha de bom naquela época.
Depois de ela ir embora,voltei para o quarto onde a gente conversou,deitei na cama e comecei a chorar até dormir,Tive um sonho estranho,logo em seguida quando acordei,Realmente achei que era um sonho,mas Raisa não estava lá, eu fiquei chateada mas tive que aceitar que era aquilo que tinha acontecido,não podia mudar nada,eu só tinha (6/7) anos de idade.
Dias e dias depois,minha tia Celina estava lá,íamos morar com ela,eu e o Bruno Pulamos de alegria, enquanto minha tia conversava com as assistentes sociais,eu e o Bruno estávamos brincando no fundo da casa abrigo. Logo em seguida nossa tia nos chamou para irmos para casa,fomos no carro dela,ele era branco,mas antes de chegar em casa,ela estacionou o carro na esquina da sorveteria logo em frente a casa abrigo.
(Eu): porque paramos?
Tia Celina: vamos tomar sorvete
Bruno: Eeeeeee
Enquanto tomavamos sorvete, eu notava a cara de preocupação que minha tia esbanjava por fora. Bruno com 9 anos e eu com quase 7 anos. Ate entendia sua preocupação, o que ela iria fazer com duas crianças? Era realmente novo para ela além de ser complicado.
Logo depois da sorveteria,fomos para o Apartamento onde ela morava,todo arrumado e limpo.
Bruno: posso ver desenho?
Tia: Claro!
Eu e Bruno sentamos no sofá da sala e assistiamos pica-pau na televisão,minha tia foi na cozinha e fez pipoca para nos comermos, e logo se sentou na cadeira em volta de uma mesa redonda de jantar que tem na sala,estava com um monte de papelada em cima da mesa,eu achei que era contas da casa ou algo sobre a nossas guardas definitivas. Ela me explicou que aquilo não era papel de adoção,que ela não tinha nos adotado,e sim que só estava com nossa guarda e de como funcionava tudo isso. Um furacão enorme de informações passou na minha mente. A verdade é que eu estava com medo, e eu passei a minha vida inteira com medo de tudo e de todos.

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