Logo depois de todas aquelas confusões, é logico que eu deveria continuar indo para escola, foi muito dificil me "focar" aos estudos depois de tudo que aconteceu,e esse bem era a pior coisa,a minha cidade toda ja estava sabendo,como um truque de magica. Na escola a diretora nos apoiou perfeitamente,assim como os professores e tudo mais,mas os alunos e suas mães não.Algumas mães não deixavam os seus amados filhos chegarem perto de nós. Pois não eramos uma boa influência para eles afinal nos éramos filhos de uma "mulher louca","adotadinha", como os filhos delas não fizessem nada de ruim na escola. Mas o ruim mesmo era quando me chamavam de "adotada" ou "louquinha em dobro", não tinha necessidade de piorar a situação de uma criança com 7 anos. Mas fora isso,eu amava aquela escola, o pessoal da direção nos ajudou muito,doaram roupas,e materiais escolares para nos muitas e muitas vezes,e foi uma grande ajuda já que minha tia estava toda enrolada para termos todo o conforto do mundo para morar os com ela,ate entendia,deve ter sido um choque grande ter recebido a guarda dos seus sobrinhos assim do nada,não teve nem tempo de se preparar.
Sempre eramos os últimos a sair da escola,ela sempre nos buscava de tarde,enquanto ela não chegava eu e Bruno ficávamos no parquinho da escola,até ouvirmos a buzina do carro ou nossos nomes serem chamados. Eu nunca falei para minha tia sobre o Bullyng,queria evitar mais barracos ou confusões do que já estava havendo,minha cabeça não conseguia raciocinar mais nada,eu só pensava em "o que esta acontecendo?","O que vai acontecer?", alguns pensamentos "estranhos/incomuns" para uma criança,mas foi até bom,pelo menos eu acho que foi,hoje em dia consigo lidar e aceitar as situações difíceis mais rapido.
Me lembro de uma vez que tínhamos acabado de voltar da escola, e minha tia estava na cozinha fazendo a janta, e eu fiz uma pergunta a ela
(Eu): Tia?
Tia: Oi Laurinha o que foi?
(Eu): Onde esta minha mãe?
Tia: (respirou fundo) Laurinha..ela foi embora
(Eu): e quando volta?
Tia: não sei Laurinha..
Ficou um silêncio tão profundo,depois pensei que não deveria ter feito aquela pergunta,vi que ela se sentiu muito mal,mas queria realmente saber aonde minha mãe estava,e como ela estava.
