Capitulo 9- Um Pai?!

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Dez de que nasci,nunca tive um pai,nem agora,nem nunca. Quando tinha 5 (cinco) anos eu ainda morava com minha mãe,eu descobri que meu padrasto Flávio não era meu pai verdadeiro, e ele era o melhor padrasto do mundo,e eu não lembro o que senti na hora, mas tentei imaginar quem era meu verdadeiro pai,minha mãe me contou que já o conhecia mas eu era um bebê, o nome dele era Eduardo,vi ele por fotos,e realmente ele não me era estranho. Não morava perto de nós,não morava na mesma cidade,mas minha mãe tinha um pouco de contato com ele, nem liguei muito mas conforme o tempo fui conversando com ele por telefone e computador,ate chegar a hora de eu conhece-lo pessoalmente,no começo,pensei que ate seria bom mesmo eu tendo milhares de duvidas na minha cabeça. Quando eu e o Bruno fomos para casa Abrigo,ele não ligou,nem apareceu para ficar conosco,eu tinha uma grande raiva dele por isso. Ele tentou se reaproximar de nós em 2012, e eu ainda estava com raiva dele,mas pensei em dar uma chance, ele até parecia um cara legal,mas não o conhecia direito,e nem ele me conhecia o suficiente,no final de 2013,com varias coisas acontecendo,ele chamou eu e Bruno para passarmos o final do ano com ele em Uberlândia-MG. E ele praticamente esfregou na minha cara que eu sou a filha não desejada,a nada,a doente e tudo mais,e na mesma época minha tia Celina estava sendo processada por malstratos por eu ir muito para o Hospital, então diziam que ela não cuidava de mim direito,e que não seguia os tratamentos da Diabetes, ate parecia que eu tinha um câncer e ia morrer. A partir dali, Eduardo queria nossa guarda,mas eu não queria morar com ele. E com todas aquelas assistente sociais,ele estava sendo avaliado para isso,então pensei que se houvesse algum problema nessa viajem ele não poderia ficar com nossa guarda. Por mais que seja loucura,eu pensei na famosa insulina em que eu tomava,eu sabia os riscos,sabia de tudo,mas mesmo assim eu fiz, eu parei na UTI depois de 2 (dois) dias com cetoacidose-Diabetica. As enfermeiras faziam um monte de perguntas ao Eduardo sobre mim e o que tinha acontecido,e ele não sabia responder nada, Algumas horas depois as assistentes sociais ligaram para o Hospital, e as enfermeiras disseram que ele não tinha nenhuma condições de ficar conosco pela falta de informações,principalmente de uma filha doente.
Em quanto estava na UTI,pensei que eu não tinha pai, eu nunca mais chamei o Eduardo de pai,ele não era o que eu imaginava,e nunca foi,eu parei de tomar insulina naqueles dias,porque não queria ficar com ele,apesar de ter sido uma loucura,deu certo,as enfermeiras cuidaram de mim melhor do que ele,sei que era o trabalho delas,mas elas me deram total apoio,até tiravam um pouco do tempo delas no trabalho para me conhecer melhor,e conversar comigo,coisa que ele nunca faria.
Depois de sair do Hospital,fomos para casa dele,arrumei a mala correndo e passamos a ultima noite na casa dele,pois estava tarde demais para viajar,logo de manhã viemos para casa,e chegamos logo de tarde,minha tia chorava tanto que eu abracei ela tão forte que ela parou de tremer
(Eu): Tia esta tudo bem,eu estou aqui...estou viva..esta tudo bem.
Tia: eu estava com saudades
(Eu): eu também..não vou mais a lugar algum.
Tia: Ok..
(Eu): ok...

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