Capítulo 3 - café.

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eu demorei mas voltei!!!!!!!!!! aewww atualização de cidade estrelada, um capítulo lindinho e cheirosinho! prometo que irei responder os comentários, deixa eu só arrumar um tempinho porque realmente ta complicado. obrigada pelos comentários e favs, é realmente muito bom saber a opinião de vocês e sempre que vejo um comentário eu fico muito feliz, obrigada de coração. é isso, boa leitura xuxus :)


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Seulgi. 

Estava tão assustada, não sabia o que fazer com a garota generosa a sua frente limpando todas as suas feridas. Aquilo nunca fora normal, o máximo que acontecia depois das tão familiares agressões era chegar a sua casa, tomar um banho gelado e engolir algumas cápsulas anti-inflamatórias. Fugia da dor correndo atrás do sono, e para ter sono teria que engolir mais algumas cápsulas aleatórias de remédios. Torturante aquela rotina enlouquecedora, não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo novamente e que toda a esperança que tinha adquirido no primeiro ano deste o incêndio tinha sumido no mês de setembro, há quase onze meses atrás.

Ela poderia está bem agora, estava lutando para recuperar as forças que tinha perdido naquela noite fria de setembro, estava dando até certo se não fosse o primeiro soco no maxilar, assim que saia de uma pequena loja de conveniências no final da rua em plena madrugada, depois de comprar mais dois maços de cigarros para alimentar o seu vício e mais um litro de alguma bebida barata para saciar sua sede. Aquele soco a fez acordar para a realidade, a doce e fria realidade. Com o primeiro ato repentino, deu-se conta de como estava acabada, dois maços de cigarros por dia, bebidas alcoólicas ingeridas feito água quando sentia sede de conforto, o declínio na vida acadêmica, o vazio dentro de casa e do peito, a ausência de cores na sua vida. Tudo estavam um caos e as mentiras que contava a si mesmo estava ficando cada vez mais recente.

Ela não estava bem, não precisava fingir mais. E mais socos foram direcionados ao seu rosto e corpo, não tentou lutar contra, queria sentir um pouco de dor, assim como queria sentir um pouco da felicidade que vinha procurando. Pensou em fugir, talvez se fugisse a dor do fracasso também servisse para ter o que tanto queria: o sentir. E então, os socos e agressões passaram a serem frequentes, poderia considerar algo normal na sua vida.

Naquele momento, pela primeira vez em três anos, não pensou em fugir, e aquilo lhe tomou de surpresa. Ela não queria fugir e nem tinha a necessidade pra isso, apenas queria ficar ali, observando todos os movimentos da garota e ouvir o som do piano e do violoncelo ao fundo misturado com as respirações e o vento forte que poderia ser ouvido, mesmo com a janela fechada.

Seulgi sentiu todo o seu corpo tremer ao ser abraçada de surpresa, outro ato que não lhe era mais normais: abraços. E pôde sentir uma melhora na alma, parecia que tinha ficado mais viva a cada segundo que passava. A ideia de poderem tomar um café juntas ou sentir a brisa do mar a fez hesitar no começo, mas depois pensou bem.

Não sabia o porquê de está se sentindo bem, mas gostava. Depois de um tempo caladas, Seulgi fez algo que se surpreendeu: ela fez perguntas á morena e riu sincero ao ouvir a história de como a mais velha tinha se trancado dentro de uma geladeira ao se imaginar em Londres, nas cabines telefônicas ou de como era a infância na fazenda dos avós. Ria ao pensar que: quem em plena consciência entraria em uma geladeira? Mal conhecia a menina a sua frente, mas gostava da paz que sentia por simplesmente está no mesmo ambiente que ela.

E mesmo com os machucados espalhados brutalmente pelo corpo, ela estava bem, sentia que existia algo de especial naquela moça que tinha uma risada tão doce e olhos, que mesmo transparecendo um brilho indescritível, também continha sentimentos profundos. Buscou tentar ser melhor, prometeu a si mesmo que iria melhorar e seguir em frente como diziam os conselhos da Seungwan, que sempre tivera a cabeça no lugar.

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