Capítulo 8 - "Todo amor é amor próprio."

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Joohyun. 

Pela primeira vez em anos, não sabia o que fazer. Sentia-se perdida nos fatos prematuros que rodeavam sua cabeça. Perguntava-se o porquê, mas em resposta, mais pontos de interrogações lhe apertava os pensamentos. Tentou falar com algum dos policiais e tudo que recebeu em troca foi o tão torturador silêncio. Seu peito doía por ver o pânico estampado nos olhos daquela de quem tinha grandes e puros sentimentos, queria apenas a abraçar até toda a dor ser transferida para o seu peito, pois sabia que seria capaz de suportar um pouco mais do seu limite de dor interna suportava.

Saiu da casa dos Kang o mais rápido que pôde com uma bicicleta, que achou esquecida no quintal da residência, seu maior objetivo era ir à direção da delegacia mais próxima e tentar entender um pouco do que estava acontecendo. Mas não foi isso que fez.

Nos últimos anos, vinha lutando para construir uma ponte ao invés de um simples e aterrorizante murro, mas sentia que a qualquer momento as rachaduras adquiridas no decorrer do tempo iam cada vez se tornando mais propensa a desabar. Embora sempre parecesse ser uma jovem alegre e animada, assim como todo ser humano Joohyun sofria com seus demônios, que insistiam em lhe aterrorizar.

Assim que conheceu a mais nova, viu uma luz que poderia ser o suficiente para afastar toda a escuridão que existia desconhecida aos olhos das pessoas, dentro de si. Mesmo sendo duas jovens com dores semelhantes, ainda conseguiam fazer uma á outra feliz. Poderia se considerar uma pessoa feliz ao lado da Kang. Nada era passageiro, tudo era duradouro até o último momento, no momento da despedida, mas tudo voltava ao normal ao se lembrar de que no outro dia iriam se vê.

Mesmo sendo uma menina inteligente e muitas vezes desenrolada, Joohyun desistiu de passar na delegacia, não iria se precipitar, iria com calma. Como sempre dizia: uma obra só era considerada perfeita ao ser produzida com calma e paciência. O caminho até sua casa parecia ser sem fim, á lanchonete parecia distante, a pracinha que as crianças e muitos adultos passavam as tardes parecia que não existia, já que nunca parecia passar por ela. Tudo estava confuso e embaraçoso.

Quando avistou o carro do seu irmão parado frente a sua casa, pôde, finalmente, respirar um pouco mais aliviada. Estava com pressa para ter uma conversa com o novo advogado da família, mesmo sendo seu irmão mais velho, ainda poderia arrumar um trabalho de meio período e poderia pagar o moço só para defender a garota de cabelos ruivos, faria de tudo por ela, sabia que ela era sua fonte de sorrisos sinceros e a cura para seus dias difíceis e por saber que Seulgi nunca faria mal a ninguém.

Jogou a bicicleta em um lugar qualquer do gramado esverdeado e correu até a porta, abrindo-a e jogando a mochila em algum lugar no chão próximo ao sofá. Encontrou o Bae mais velho com um semblante preocupado ao celular. Andava de um lado para o outro esperando a ligação ser encerrada, pois sabia que o irmão tinha lutado para está onde estava e sabia que aquela ligação era importante, sem contar que para si, interromper a conversa, era falta de educação, então permaneceu calada até a ligação ser encerrada.

- Ok Senhora Kim – Joohyuk pegou o paletó em cima da mesinha de centro e caminhou até a porta, procurando a chave em um chaveiro amontoado – em cinco minutos chego ai.

- Oppa – Joohyun correu até o irmão, ficando frente á porta, estava nervosa, sentindo suas mãos soarem em contato com a madeira – eu preciso da sua ajuda como advogado.

- Podemos conversar assim que eu chegar? – perguntou um pouco triste, odiava deixar sua irmã na mão, mas Joohyun conseguia entender a vida corrida que o advogado tinha – ou se você quiser pode me enviar mensagens, estou indo resolver um problema com a filha de uma cliente, eu posso ler em um momento mais livre.

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