Joohyun.
Já fazia um bom tempo que não iria ali, tudo parecia ter mudado um pouco, mas no fundo sabia que continuava a mesma coisa. Sabia que as árvores ainda estariam em um verde vivo. Ainda seria possível ver os pássaros voando em meio ao céu azulado. O senhor do sorvete ainda estaria no mesmo ponto, perto suficiente das crianças e dos casais que ali passeavam.
Sorriu ao perceber que a entrada de pedras continuava a mesma, com os mesmo coqueiros ao redor, que lhe fazia lembrar um pouco a Califórnia. Seulgi parecia está gostando, já que o sorriso não saia do seu rosto, os olhos da Kang brilhavam, encantada com o lugar. Logo se lembrou de um pequeno lago na qual sempre tinha patos, era legal alimenta-los, sempre tinha alguém oferecendo sacolinhas com algumas migalhas de pão na qual você poderia pegar e alimentar as aves, perguntava-se se Seulgi gostaria, assim como ela gostava. O ar perfumado trazia um gostinho de nostalgia a mais velha, o vento fresco também era um componente que a fazia sorrir a toa. Tinha boas lembranças daquele lugar, por isso que sentia seu interior se aconchegar com cada cor, cada cheiro e textura do parque.
Pretendia levar a mais nova para o lago, mas assustou-se quando sentiu seu braço ser puxado na direção contraria, para a direção mais verde do jardim. Seulgi não parecia mais àquela garota triste e machucada que a Bae tinha presenciado minutos atrás, parecia que a garota tinha resolvido mostrar ao mundo o seu brilho, e aquilo fazia o coração da Joohyun aquecer, afinal, Seulgi estava feliz. De alguma forma inexplicável a felicidade da mais nova parecia influenciar na sua também.
Logo mais a frente tinha uma árvore grande, no começo não entendia o porquê de está sendo puxada até lá, até notar que entre os galhos, pequenos saguis brincavam e se penduravam. Viu vários deles, uns menores nas costas da mãe, outros calmos demais, diferente de uns que estavam agitados e saiam pulando em galhos alheios. Chegou mais perto e viu que um pequeno macaquinho hesitou e se afastou um pouco, então decidiu arriscar um pouco e levou a mão até o mesmo e sorriu como se seu sorriso fosse passar alguma segurança ao pequeno sagui, mas de uma forma funcionou. O macaquinho parecia gostar dos carinhos em sua cabeça, Joohyun tinha jeito com animais, talvez fosse seu coração bom.
- Seulgi-ah voc-
Parou quando percebeu que não tinha mais dedos entrelaçados aos seus e nem um sorriso infantil estampado no rosto da mais nova. Foi então que se sentiu sozinha e não gostou nada daquela sensação. Já fazia um tempo que não sentia aquele desespero explodir dentro do peito, aquela vontade de chorar e a vontade de sair correndo para um lugar seguro, ela sentia isso, queria fugir, mesmo sendo ali seu lugar seguro. Olhou para os lados e não via fios alaranjados cor de ferrugem, tudo era apenas verde e flores coloridas. Na pequena trilha de terra não tinha ninguém, nenhum rastro. Eram apenas os pequenos saguins e a grande árvore. Estava sozinha. Sem perceber, sentiu seus olhos encherem de lágrimas salgadas e preenchidas de vazio, odiava-se por não conseguir se controlar. Pensou que aquele lugar não estava lhe ajudando a manter a calma, afinal, estivera ali no dia da morte da mãe e lembranças daquele dia eram as últimas que queria lembrar, ou melhor, queria não lembrar. Quando pensou em correr, viu alguém vindo em sua direção, e aquilo a acalmou ao perceber que era uma moça de sorriso cativante e de olhos infantis e extremamente lindos. Passou as mãos nos olhos e deixou um sorriso grande formar-se em seu rosto, um sorriso de alívio.
- Onde você estava? – perguntou com a voz ainda tremula – eu fiquei meio que preocupada...
- Eu fui pegar bananas. – respondeu sorrindo, mostrando uma boa quantidade de bananas nos braços – não se preocupe, eu não vou desistir de você. Vai ter que me aguentar agora, Joo unnie.
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Cidade Estrelada • Seulrene
Fiksi Penggemar(CIDADE ESTRELADA VERSÃO SEULRENE) Seulgi convivia com a culpa de algo que nunca fez, e aquilo a consumia a cada dia, chegando ao ponto de pensar em desistir várias vezes. Irene também convivia com uma culpa que nunca teve, mas mesmo assim, consegu...