Capítulo 5: A Rosa De Vênus

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1933

"Nada é mais terrível que perder a liberdade. Pra mim a liberdade estava em correr e pular, doce inocência. Hoje já não me movo é sou livre."
-Álya, 1943

Imóvel, silenciosa, pesada. Eu me sentia assim mesmo que não estivesse. Estive deitada no quarto sem janelas pelo último mês e ainda não me a costumo. Não tenho certeza de que horas são más sei que ainda não é noite, não me trouxeram comida.

Me sento na cama, ninguém me vista mais. Meus joelhos foram cortados há dois meses, quando o médico finalmente veio da capital pra verbos doentes ele recomendou me meter num quarto sem luz, o sol queima os ferimentos.

Suspiro. Me sinto terrível, sonolenta. Estive dormindo todo o tempo que estive aqui e não me acostumo. A vela não queimou totalmente. Estou dormindo cada vez menos, durante menos tempo. Esse tempo extra está me deixando enlouquecida. É muito tempo pra pensar em tudo que destruí.

O choro quente alcançou meu lábios. Chorei pela quinta vez nesta semana. Eu não entendo mais nada, quando deixei de trabalhar por causa do joelho pensei que nossa família ia morrer de forme, mas isso não está acontecendo.

Durante o primeiro mês comemos muito pouco mas desde que estou aquí provo de coisas que nunca antes tinha visto. Me preocupa que estejam me alimentando bem e perecendo do lado de fora. Uma assassina não merece isso.

Eu matei minha mãe. Meu nascimento é simbólico da morte. Seu nome real era Reneé, e ela era perfeita, personificação de Vênus.

Eu sou a rosa de Vênus, me chame de Álya.

Álya - El Azabache [COMPLETA EM RASCUNHO - 1° ARCO] Onde histórias criam vida. Descubra agora