Capítulo 2: Ciclo

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Acordar as seis, cuido do Rúbens, filho da minha irmã, que chora, revolvo as cias da lareira de casa, acendo o fogo.

Alimento os animais, farelo de trigo para as galinhas, feno para os bois e os restos vão para os porcos. Pego agua do córrego, os animais bebem.

Visto as roupas por cima da camisola de William, filho da desaparecida tia Amelie a quem chamei de mãe. As crianças tomam leite desnatado e comem pão.

Subo, enrolo o colchão de palha. Varro o chão. Coloco mais lenha no fogo. Coloco ervilhas secas para cozinhar pudim.

Vou buscar agua no poço. Encontro a mãe de Rubens no poço, brigamos. Vou para casa. A agua está pesada, meu joelho reclama.

Vou para a horta pegar os vegetais e molho as plantas. O almoço esta pronto. Pudim de ervilhas, sobra de toucinho e legumes.

Vou para a escola. Está quente e eu me sento no fundo onde é escuro. Vou deixar minhas anotações no alto da montanha.

Volto para a casa. Mesmo tarde eu recolho lenha, não há outra maneira de aquecer a casa. Alimento os animais, pego os ovos e ordenho a vaca. Já é noite e ainda estou fiando, preciso fazer tecido para vender no próximo mês.

Os garotos chegam do trabalho, William esta imundo e Jorge esta exausto. Os lavo. Hora do jantar, sopa e pão. Assamos maca na lareira. Risos.

Esta escuro. Desenrolo o colchão de palha, todos dormem juntos. Tranco a casa e vou dormir.

Ou ao menos essa e a versão oficial dos fatos.

As quatro da manha eu acordo. Depois de passar tanto tempo dormindo acordar e viver e um alívio. Eu vivo as quatro da manha no resto das eu apenas existo. As quatro da manhã eu volto para cima do morro do meu mestre Órion, me tranco na cabana de madeira e escrevo ate meus dedos doerem, e as seis horas estou de volta para casa. E o ciclo começa de novo.

Eu poderia seguir com isso para sempre se não fosse a carta que recebi. Era Noah. O navio da família Requem foi reavido e Soren Requem estava sendo procurado e todas as pistas apontavam para mim. Não passo de um corvo amedrontado. Pássaro de má sorte.

Em dois dias ouvi sua marcha. Eles mandaram uma tropa. Droga. Este garoto tinha dinheiro. E bom eu ficar longe do poço estes dias, notícias correm rápido por aqui.

Álya - El Azabache [COMPLETA EM RASCUNHO - 1° ARCO] Onde histórias criam vida. Descubra agora