Pov. Christian - parte 3

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Como eu e a Ana eles também estavam chocados.

Carrick e Ella trocaram um olhar tão intenso que me fez perguntar se eles... mais perguntas absurdas na minha cabeça. Não podia ser. Ele não poderia saber que a prostituta estava viva, senão ter-me-ia dito.

O silêncio voltou a ser quebrado, mas não pela cabra da Elena, mas sim pelo meu pequeno Theodore que entrou como um furacão na sala.

–Mama, papá!!!!

Correu para nós com muita velocidade, mas quando viu a sua irmãzinha ao meu colo, abrandou e juntou-se a nós, muito calmamente. Passou o dedo pela face corada da mana e deu-lhe um beijo.

Até dava gosto de ver. Por breves momentos dei-me ao luxo de sorrir por dentro. Sim, porque neste momento sorrir era a última coisa que me apetecia fazer.

Teddy subiu para o colo da Ana com avidez e ela expressou uma cara de dor. Não psicológica, mas física. Olhei preocupadamente para ela, mas Sra. Grey tranquilizou-me com um olhar de "está tudo bem".

Custou-me a crer que estivesse, mas com relutância, desviei o olhar dela e olhei para Carrick e Grace.

Estavam completamente estupefactos.

–O vosso filho é lindo...-disse Ella olhando fixamente para o meu filho - é parecido com o Christian quando era pequeno. Lembro-me muito bem dessa altura.

Como é que ela tinha a lata de dizer aquilo? Não me controlei e disse-lhe aquilo que estava entalado no meu coração:

–Eu também me lembro demasiado bem dessa altura. Acredite demasiado bem de TUDO aquilo que você e aquele filho da mãe, para não lhe chamar outra coisa bem pior, fizeram.

Levantei-me e deitei Phoebe no berço. Depois continuei:

–Como é que você tem a lata de aparecer aqui, depois de tudo o que se passou e, ainda para mais com esta estranha? - disse eu, mas dirigindo-me para a cabra sem o mínimo de decência da Elena.

–Christian, eu não sou uma desconhecida, sou a tua mãe - interrompeu Ella.

–Você não é minha mãe. NUNCA FOI, NEM NUNCA SERÁ. A minha mãe é aquela mulher que está à porta. Aquela linda e maravilhosa mulher que está ali. Não você sua prostituta viciada em crack.

Nem acredito que disse isto em voz alta. Nos meus sonhos de adolescente sempre sonhei dize-lo, mas não agora, que Ana me tinha convencido a aceitar que gostava daquela mulher, que deveria estar sepultada num cemitério em Detroit.

Sem ter tempo para reagir Ella espetou-me um estalo como eu nunca tinha levado na vida. Não com o impacto, mas com medo por ela me ter tocado. Senti em todo o meu corpo aquela sensação que já há muito não sentia. Desde que a Ana me ajudou a libertar-me da afefobia.

Estava tão chocado que nem reparei na Anastasia, que se tinha levantado e que agora falava com Elena.

–Olhe minha grandessíssima cabra, você não tem o direito de vir aqui atormentar o meu marido - disse a minha mulher sublinhando a palavra meu (típico) - você sabe o que ela - apontou para Ella - significa para ele, não tinha esse direito.

Ana estava a perder a cabeça, mas eu estava tão assustado que não conseguia dizer nada. Os meus mais continuavam também estupefactos demais para falar.

–Tem a noção do que você fez a Christian? Ele era uma criança e você magoou-o tanto que ele ainda hoje sofre as consequências dos seus atos e daquele homem que supostamente devia ser o pai biológico dele! - Gritou para Ella.

A prostituta ia dizer alguma coisa, mas depois olhou para a porta e calou-se.

–E você? Porque será que está com Christian sua pirralha mimada? Pelo dinheiro? - gritou Elena.

Anastasia mandou-lhe um estalo, e vice-versa.

Agarrei a minha mulher pela cintura e me abracei-a. Queria-a proteger. Eu tinha medo que algo lhe acontecesse. Ainda para mais depois da cesariana.

Ela tentei soltar-se dos meus braços, mas eu não deixei. Abracei-a ainda com mais intensidade enquanto observávamos Elena e Ella a serem postas fora do quarto pelos seguranças.

Carrick e Grace entraram dirigindo-se a mim.

A minha mãe queria-me abraçar, mas eu cheguei-me para trás. Ela apercebeu-se e também recuou.

Não acredito que a minha afefobia voltou outra vez.

Mas não compreendo, eu estava abraçado à Ana e isso não me fazia qualquer diferença.

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