Prólogo.

259 27 14
                                    


Prólogo

— Insanidade e suas formas de agir.


— Ele é meio louco, compreende?

Jackson não compreendia quase nada que saía da boca do amigo. Parecia uma menina de colegial do tanto que estava falando. O carro já começava a ficar desconfortável porque seu melhor amigo simplesmente sugava todo o ar para continuar falando enquanto tentava manter o assunto interessante. Teve de pedir para poder abrir a janela para conseguir respirar novamente. Não que odiasse o amigo agora, mas isso estava o irritando. Jaebum geralmente era quieto e reservado, contudo de repente tinha se apresentado a pessoa mais animada do mundo.

— Jaebum, entenda uma coisa — disse com a calma que ainda lhe restava. — Não ligo se ele é louco ou não. Essa festa de negócios é importante para meu pai e eu não posso decepcionar com esse garoto, seja ele o quão biruta ele for.

— Só estou dizendo que ele é louco — Arrumou o terno. — Estou te alertando, na realidade.

Sorriu confiante, mostrando todos os dentes branquinhos.

— Já lido com você, acho que consigo lidar com ele.

O melhor amigo já ia abrir a boca para xingar-lhe alto, mas ficou quieto ao ver os portões da mansão onde a festa aconteceria aparecerem sobre as janelas do carro. Era algo extraordinário de se ver — e era apenas um simples portão. Os muros eram de pedra bruta e mal polida com trepadeiras verdes bem cuidadas e firmes para todos os lados. O portão era de ferro preto e todo entrelaçado, formando algum tipo de padrão que Jackson não reconheceu, com uma bela flor desenhada com fogo no centro. O emblema da casa Bhuwakul.

O portão se abriu e logo o carro adentrava a enorme residência. O jardim imenso que se seguiu confirmava o que o amigo tinha lhe dito mais cedo: o garoto deveria ser mesmo louco. Primeiramente havia muitas plantas lindas e bem cuidadas, mas depois um pequeno labirinto se abria na frente do carro fazendo com que o motorista ficasse confuso e estupefato. Com a ajuda de luminárias no chão ele encontrou o caminho alternativo para os convidados, mas não deixou de reclamar com o susto. Os garotos no passageiro concordavam, não estavam entendendo nada daquilo.

— Eu te disse que ele é louco! Quem tem um labirinto no jardim de casa? — Jaebum resmungou arrumando o cabelo ruivo.

Jackson preferiu ficar quieto. Olhava as esculturas feitas de plantas atentamente, procurando não se estressar muito. Não sabia dizer exatamente o que algumas eram, mas certamente vira uma rosa, um coelho e um chapéu. O jardim parecia não ter fim e já estava ficando com medo de que o motorista tivesse errado o caminho, mas logo viu as luzes vindas da casa e pôde se acalmar. Ficou tenso de repente, nunca tinha visto uma construção tão majestosa em sua vida antes.

Era enorme. Não maior que o jardim, claro, mas ainda sim enorme. Devia ser pelo menos o triplo da sua casa onde morou pela infância. Ela era encantadora e extravagante assim como o portão. O tom principal era branco, contudo detalhes pretos mesclavam-se as paredes transformando-a em algo diferente cada vez que chegavam perto. Quanto mais o carro se aproximava maior ela parecia ficar. Um frio lhe crescia a cada acelerada que o motorista dava para chegar ao destino final. Quando finalmente chegaram, Jackson não conseguia mais respirar ao olhar para a casa.

O amigo sussurrara inseguro.

— Vamos.

Assentiu fraco e engoliu a seco. Abriu a porta do carro um pouco receoso e foi recepcionado por um garoto vestindo um terno preto perfeito. Seu cabelo escuro estava posto para trás com gel e tinha um piercing preto preso à orelha assim como seu. Os lábios rosados estavam constantemente sendo umedecidos, os olhos do chinês sempre o traiam para aquele local em especial. O garoto não era alto como Jaebum mas não era baixo como si, assim como também não poderia ser muito mais velho. Tinha feições inocentes, apesar do estilo diferente.

Mad HouseWhere stories live. Discover now