Mad House

Insanidade e sua triste história de vida.

Capítulo 12

— Insanidade e sua triste história de vida

Bambam chamou por por si. Gritou, mais precisamente. De onde estavam, Mark e Jackson conseguiram ouvir o berro estridente do garoto mais novo. Ele parecia um pouco desesperado. O Tuan sorriu fraco e pegou a mão do chinês, o guiando novamente para dentro da casa onde estariam sobre os olhares de Bambam. Jackson ficava olhando para trás, fitando a rua e as pessoas que passavam. Era tudo tão novo, tão confuso, tinha tantas perguntas. Sabia que provavelmente não receberia muitas respostas, mas mesmo assim estava disposto a tentar.

— Jinyoung pode ficar com ciúme — murmurou.

Mark suspirou.

— Eu me resolvo com ele, agora estou com mais medo de que Bambam tente fazer alguma coisa comigo, então vou usar você como escudo.

— E o que te faz pensar que ele não vai me matar para chegar até você? — rolou os olhos.

— Eu tenho algumas cartas na manga, então fique calmo. Sei que ele não vai encostar o dedo em você.

Andaram pela casa, andaram pelos corredores, caminharam bastante. Jackson não tinha certeza, mas algo lhe dizia que poderia ao menos algumas respostas de Bambam. Mark parecia calmo e confiante, de certa forma mais feliz. Quis perguntar o motivo de tanta alegria, mas assim que ia abrir a boca o Tuan indicou com a cabeça uma porta ao final do corredor. Era ela, aquela porta que vinha tentando abrir fazia algum tempo. Sentiu um arrepio involuntário subir por seu corpo, estava com medo.

Mark empurrou o mais novo sutilmente e sorriu para conforta-lo. Jackson engoliu a seco e assentiu fraco, andando até a porta. Sentia o coração bater tão rápido em seu peito que jurava que ele poderia sair de seu corpo. Aquela sensação estranha que sempre preenchia seu corpo ao chegar perto da porta já dava as caras, tirando todo o resto de coragem que ainda tinha. Encarar Bambam era sempre muito estranho, mas não negava o conforto ao ver aquele sorriso carinhoso do garoto.

Girou a maçaneta e abriu a porta. Do outro lado, ao contrário do que imaginava, tinha apenas uma cama em baixo de uma árvore de folhas laranjas. Era apenas isso em uma imensidão verde — a grama bem cuidada. Prendeu a respiração ao ver aquela paisagem incrível, seus olhos quase lacrimejaram de tanta beleza. Não entendia como a realidade podia ser tão louca mas ao mesmo tempo tão linda. A grama verde balançava e o forro que cobria a cama parecia tão leve. As folhas laranjas da árvore dançavam.

— Esse é meu céu — se virou e fitou o mais novo — É aqui que eu passo meu tempo.

— É muito bonito — assentiu.

— Sim, é — sorriu — Quer se sentar?

— C-Claro.

Acompanhou Bambam até a cama e se sentou. Era tudo tão calmo e suave, tão agradável. O sentimento que aflorava em seu peito era algo gracioso acariciando seu corpo. Se sentia extremamente leve, apesar de saber que não estava em uma situação muito boa. O mais novo se deitou ao seu lado com o corpo apoiado na cabeceira de ferro e as mãos soltas. Jackson passou a observar suas expressões faciais, ele não parecia irritado nem mesmo frustrado, não demonstrava. Estava calmo demais.

— Vou lhe contar minha história — fechou os olhos — Ouça com atenção.

"Devem fazer sete anos que eu descobri essa realidade. Quando cheguei, aqui era apenas a mansão cercada por árvores de folhas coloridas, era tudo tão lindo e eu estava tão feliz. Era um sentimento reconfortante andar descalço pela grama verdinha e macia, eu não tinha mais medo. Na outra realidade de onde todos viemos eu me sentia oprimido, eu tinha medo de tudo e de todos e meus pais eram os culpados por tanto receio, então eu procurei, eu estudei, eu fiz de tudo para achar esse lugar e quando achei eu fui muito bem recebido.