Insanidade e o baile de loucos.

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Capítulo 2

— Insanidade e o baile de loucos.


Jackson saiu do banheiro com uma toalha enrolada em sua cintura. Gotas de água pingavam de seu cabelo e desciam pela curva das suas costas, o vento batia em cheio nas mesmas e em sua pele úmida, fazendo seus pelos se arrepiarem involuntariamente. Estava cansado, andar o labirinto inteiro havia esgotado toda a sua energia e agora depois do banho frio e relaxante queria dormir e tentar esquecer todas as maluquices que aconteceram em apenas um dia.

Contudo, ainda estava receoso. Youngjae e Jinyoung já não pareciam tão assustadores assim, mas ainda tinha medo de encontrar com outra pessoa desconhecida da casa. Conhecia quatro, os três loucos que perambulavam por dentro da mansão e o outro do labirinto que não parecia sair de lá para nada — Jackson ainda não o tinha visto andando pelos corredores. Faltava aquele que todos mencionavam, Bambam, o dono da construção. O chinês esperava que só faltasse ele, não queria sequer cogitar a ideia de ter mais pessoas iguais aos outros garotos dentro da enorme mansão.

Vestiu uma roupa quente e secou o cabelo com a toalha, retirando o excesso de água. Se jogou na cama e fitou a janela intensamente, sentindo-se aflito. Lá fora o céu estava azul e podia ouvir o barulho dos passarinhos cantarolando harmoniosos, parecia estar longe de escurecer. Era como um verdadeiro conto fantasioso para crianças, mas Jackson não queria pensar nisso. Era como aquela tal realidade paralela que todos sempre falavam por aí. Um mundo diferente do real, algo que somente algumas pessoas podem ver.

Pela primeira vez o garoto queria falar com seu pai, mas ele provavelmente não daria falta de si tão cedo. Jackson esperava que pelo menos a mãe ou a irmão percebessem que não voltara em algumas horas. Apesar de tentar colocar suas esperanças nos progenitores, o chinês ainda encontrava-se ansioso com o pensamento deles tentarem busca-lo. Mesmo sentindo falta de si, o que fariam? Na melhor das hipóteses conseguiriam ficariam presos consigo e não do outro lado da casa.

— É uma droga ficar sozinho, não é?

Olhou para a porta e viu Yugyeom encostado no patente. O cabelo estava todo desarrumado, mas o mais chamativo não era isso. O garoto usava orelhas de coelho brancas e um terno da mesma cor, também abusando de lentes de contato vermelhas bem vívidas e pigmentadas. O relógio de bolso dourado estava pendurado pelo bolso externo do terno, os ponteiros giravam de maneira rápida e descontrolada. Yugyeom abusava se sua sensualidade exótica conscientemente, afinal sorria arteiro. Seus olhos tinham, além da cor diferente, um brilho estranho.

— Qual é dessa roupa de coelho?

— Você não está sabendo? — Sorriu galanteador. — Hoje teremos outro baile.

— Festa a fantasia?

— Sim, claro — Riu pelo nariz. — E eu já tenho a sua fantasia.

— Eu vou ter que participar desse baile? — Perguntou, expectativo.

— Claro, todos da casa vão participar, mas não fique animado, não tem jeito de sair daqui — Saiu do quarto e voltou segundos depois com uma blusa listrada, um suspensório vermelho e um short que ia um pouco acima de seu joelho. O sapato era um tênis fechado de cano alto.

— Que fantasia é essa? — Se levantou e pegou as roupas, examinando-as confuso.

— Você vai entender quando encontrar seu amigo Jaebum — Sorriu.

— Falando nisso, onde ele está? — Perguntou deixando as peças em cima de sua cama.

— Youngjae está ajudando ele a se vestir, — Soltou uma risada maliciosa. — do jeito dele.

Mad HouseWhere stories live. Discover now