Insanidade e suas vozes.

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Capítulo 13

— Insanidade e suas vozes

Youngjae fungou. Aquele quarto nunca parecera tão frio e solitário. Se sentia extremamente ruim, ainda mais por ouvir aquela voz em sua cabeça lhe repetindo que tudo daria errado. Talvez se não fosse sua própria voz o Choi conseguisse ignorar, mas não, tinha de ouvi-la falar. Pior do que isso apenas a sensação estranha de ter outra pessoa tentando tomar o controle de seu corpo a todo momento. Queria ir embora.

— Youngjae... — Jaebum murmurou.

Fitou o mais velho e sentiu pena. Jaebum estava tão louco quanto si. As mãos seguravam de modo firme os fios de cabelos bagunçados, como se o garoto tentasse retirar a voz a força. O corpo estava todo encolhido em outro canto e a cada dez segundos Youngjae conseguia ouvir o fungar triste e anasalado. Se estava sendo ruim para si, que já convivia com isso há anos, não imaginava como estava sendo para o Im.

— Venha cá.

Com movimentos lentos e preguiçosos o Im se moveu. Engatinhou até o mais novo e se aninhou em seus braços, pedindo carinho. O Choi sorriu fraco e abraçou o corpo grande contra o seu, fazendo um carinho fraco nos fios escuros. Jaebum respirou fundo e fechou os olhos, tentando se acalmar. Ter as mãos pequenas do mais novo afagando a si fora uma sensação tão calma que por alguns segundos jurou ter conseguido paz dentro de sua conflituosa mente.

Abraçou a cintura do Choi. Queria tanto entender que tipo de sentimento de calma e tranquilidade era aquele que invadia a si e o fazia se sentir em outro mundo sempre que ficava perto do garoto. Queria perguntar a ele, mas tinha medo da resposta não ser aquilo que queria ouvir. Tantas coisas estavam acontecendo, — e claro, já haviam explicado tudo para os dois novos membros da casa — mas naquele momento Jaebum só queria os braços de Youngjae.

— Se você dormir a voz para de falar — sussurrou contra o cabelo negro do Im.

— Mas é isso que ela tem me pedido para fazer faz muito tempo, Youngjae.

O mais novo reprimiu os lábios e fitou o teto, tentando conter as lágrimas. Havia conhecido o outro Jaebum, sabia como ele conseguia ser horrível quando queria, sabia da forma bruta que havia sido sua morte. De maneira alguma permitiria o Jaebum que estava em seus braços cometer a mesma fatalidade que o outro, deveria protege-lo. Mas tinha uma pergunta que ficava fazendo a si toda vez que se olhava no espelho. "Quem vai me proteger de mim mesmo agora?".

Youngjae já havia perdido a conta de quantas vezes viu Mark machucando a si mesmo por causa do outro que abrigava a sua mente, de quando Jinyoung ficava louco e saía quebrando todos os espelhos da casa, de quando Yugyeom começava a provocar todos apenas porque sentia tédio, de quando Bambam começava a delirar e gritar com todos. Não queria nem mesmo ver Jackson e machucava ver Jaebum daquele estado. Se perguntava a todo momento o que iria fazer caso o outro Youngjae tomasse conta de seu corpo.

Fitou o próprio pulso. Estava sem um arranhão sequer, mas sempre que o olhava sentia uma enorme vontade de mancha-lo de vermelho. Não era sua própria vontade, era do outro, mas sabia que hora ou outra não conseguiria mais se segurar. Era algo que vinha de dentro e o abatia de forma tão forte que às vezes já chegou a procurar algo para se machucar. Sentia vontade de tomar vários remédios e acordar quando tudo aquilo acabasse.

— Não vai fazer isso, vai?

Youngjae fitou o semblante preocupado de Jaebum e sorriu.

— Não, mas às vezes eu tenho vontade. Quer dizer, ele tem vontade.

Mad HouseWhere stories live. Discover now