O fim da insanidade.

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Epílogo


Fazia um tempo que Jackson observava Bambam dormir. Ele era tão sereno, parecia uma verdadeira criança. As cortinas dançavam logo acima dos dois, balançando conforme o vento servia de música. A lua iluminava parte do rosto do mais novo e aquilo não poderia deixa-lo mais lindo e atraente. Mexendo nos fios negros dele — já que Bambam tinha insistido em pintar — Jackson viu que não poderia ser mais sortudo.

Era clichê, mas também era inevitável. Estava feliz pela primeira vez em anos e não se arrependia de nenhuma escolha que tinha feito. Eram jovens, tinham muita coisa para enfrentar e se tinham a oportunidade de fazer aquilo juntos então por quê não dar as mãos e ver no que ia dar? Bem mais fácil, bem mais simples. Jackson também se sentia inteligente por ter conseguido arrumar tudo a tempo.

Seus pais não aceitaram de inicio aquele relacionamento, mas Wang já esperava por isso. Levou meses até que eles pudessem conviver com a ideia da sexualidade do filho, mas no final de tudo conseguiram entender que por mais errado que parecesse aquilo era uma decisão que tinha levado tempo para ser tomada e portanto já tinha sido pensada e repensada. Se era isso que ele queria, ninguém iria contra.

Viviam juntos — já que Bambam não gostava de dormir sozinho. Eram como aqueles casais que passavam em programas da TV e Bambam adorava dizer isso para Jackson. O mais velho havia arrumado um trabalho na empresa de seu pai e agora podia se sustentar sozinho e bancar uma bela vida para ambos. Mas claro que Bambam não aceitou isso, também iria trabalhar e ajudar no sustento, por mais que não se lembrasse de como fazer as coisas sem ajuda.

A realidade tinha sugado muito dele e isso era um fato que Jackson tinha presenciado nos outros garotos também. Eram mais fracos e debilitados e às vezes era difícil para si e Jaebum cuidar de todos eles, porém com o tempo foram se adaptando cada vez mais ao mundo em que iriam ter de viver pelo resto de suas vidas. Já conseguiam até mesmo andar pelo centro sem perderem, já era um grande avanço.

O outro Bambam tinha feito uma visita, apenas para deixar uma carta. Foi embora minutos depois, disse que não aguentava olhar para cara de Jackson, tinha raiva. Na carta ele agradecia pela ajuda e também dizia que os sete não deveriam nunca mais voltar na realidade a não ser que quisessem morrer instantaneamente. Era alguém bem agradável, mesmo com as ameaças.

Mas voltando ao que eu narrava, Jackson se sentia sortudo. Tinha uma vida, era feliz, tinha Bambam, tinha amigos e o apoio dos pais. Não precisava de nada mais, apenas aquilo.

— Eu amo você — murmurou sorrindo.

Bambam abriu os olhinhos de forma sonolenta e murmurou algo, logo se virou e voltou a dormir. Por mais que Jackson quisesse ter ouvido um "Eu também te amo", soube que naquele momento não ouviria nada mais que os roncos baixos de Bambam.

Mad HouseWhere stories live. Discover now