Jackson adentrou aquela salinha branca e monótona, com cheirinho de injeção e remédios, olhou para a mulher deitada na cama e sorriu, fechando a porta em seguida.
– Oi, meu amor. – se aproximou da cama e depositou um beijo na testa da mulher pálida. – Lhe trouxe rosas. As vermelhas. Sei que são suas favoritas. – sorriu de novo e colocou o buquê em um pote. – Ontem fui no tribunal. Fiquei na cadeia por umas duas horas e depois sai. Quando você sair do coma, vai ter que ir lá também. Achou que ia escapar disso? – ele riu e começou a acariciar o rosto da jovem. – Não vai. – sussurrou. Continuou com o sorriso bobo no rosto enquanto acariciava o rosto da mulher desacordada na cama. – Hoje fui pra igreja. Sim, eu sei. – Jackson revirou os olhos. – Depois de muito tempo. Mas eu precisava conversar com Deus novamente, sabe? – suspirou. – Pedir perdão pelas coisas que eu fiz contra Ele e você… Pedi pra que Ele te fizesse acordar, e que se você voltasse, eu iria pra igreja e cuidaria do meu casamento conforme manda as Escrituras.
Segurou a mão da jovem e apertou seus dedos contra sua mão.
– Já se passaram seis meses que você tá assim… – acariciou a palma da mão da jovem. – Você sabia que os médicos queriam desligar os aparelhos? Eu fiquei louco. Quase soquei a cara de todos. Mas me segurei firme, por você. – Jackson sorriu minimamente e suspirou, segurando as lágrimas que queriam sair dos seus olhos. – Eu sei que você tá me ouvindo… Eu… Eu não… Eu não aguento mais te ver desse jeito… – aproximou o rosto da bochecha de sua esposa e olhou os tubos que a ajudavam a respirar. – Eu te quero de novo. Eu… Eu sei que eu errei, mas eu tô disposto a mudar… – as lágrimas teimosas escorriam por suas bochechas rosadas. – Eu tô disposto a mudar, por você. – a última palavra saiu como um sussurro e ele apertou a mão da mulher. – Volta pra mim?
Jackson levantou o rosto surpreso.
– Que-Querida? – olhou para o rosto da mulher, que continuava do mesmo jeito de quando ele chegara, porém suas mãos… Suas mãos apertavam a de Jackson com leveza. – Isso… Eu só posso estar sonhando!
Ela apertou a mão de Jackson novamente, dessa vez com mais força que a outra. O chinês sorriu e apertou a mão dela e se aproximou do ouvido da jovem.
– Você consegue! Vamos!
Ela mexeu a mão novamente e subiu seus longos dedos para o pulso de Jackson e parou. Ele sussurrou “Eu acredito em você!” e ouviu um murmúrio vindo da garota.
– Ah… – ele sorriu após levantar a cabeça e ver que a garota o olhava, assustada. – Não… Não precisa ter medo.
A mulher olhou em volta e o aparelho que estava conectado ao coração da mesma apitou.
– Eu vou chamar o doutor Jinyoung! – soltou delicadamente de sua mão e a olhou, ainda sorrindo. – Já volto!
Saiu correndo da sala e encontrou o doutor escorado no balcão, conversando com uma enfermeira.
– Doutor! – suspirou e sorriu.
– Senhor Wang? – Jinyoung sorriu e levantou uma sobrancelha. – Pelo jeito temos uma boa notícia se contar pela sua feição.
– Você não vai acreditar!
– Nossa Senhora da bicicletinha sem freio! – o doutor sorriu e correu em direção da mulher, que estava tirando os tubos de respiração de sua boca, com o semblante emburrado. Jackson achou aquela situação cômica ao extremo! Uma mulher com seus vinte e seis, enfezada com os tubos de respiração e fazendo um bico extremamente adorável, era simplesmente cômico. Tudo era cômico. – Ei!
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Sick - Long Imagine Jackson
Hayran KurguCasada com Jackson Wang, enfrenta problemas sociais, amorosos e psicológicos diariamente depois da perda de seu filho.