Capítulo 9

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     Eram quase 08h00 da manhã, Andrew e seu amigo o policial curioso estavam no "escritório"; esperando notícias que já deveriam ter chegado. Ambos estavam conscientes que elas eram cruciais no caso e, quem sabe conseguir alguém que falasse mais do que os suspeitos presos até agora. Ambos discutiram a lealdade de cada um ao líder, pois nenhum dizia nada, só negavam estar envolvidos e que armaram para cima deles, a mesma história de três homens, de três nacionalidades, sem dúvida estavam bem instruídos sob como agir caso fossem pegos.

Sem sequer bater na porta um policial carrancudo entrou na sala falando:

-- Tenho péssimas notícias vindas do Brasil – nem pensando em se desculpar pela invasão.

-- Desembuche logo homem – falou Andrew que sabia ser ele o motivo daquela carranca.

-- Eles atacaram de novo. No meio de um túnel do metrô. Foram muito inteligentes e audaciosos também.

-- Por isso tínhamos dois homens disfarçados grudados em meus pais – começando a se preocupar – Eles pegaram os bandidos, não foi?

-- Desculpe Sr. houve uma briga de torcedores de futebol, na bagunça os homens se perderam de seus pais – fez uma pausa e recomeçou – E tenho uma notícia pior ainda Sr. ...

-- Fale logo homem, o que houve? Se um de meus pais tiver sido ferido, vou acabar com a carreira dos dois irresponsáveis que os deixaram sozinhos – falava num tom de voz quase normal, mas suas mãos iam invariavelmente mexendo inquietas em todos os objetos da mesa.

-- Vou ser direto Sr., - a carranca sumiu de repente- pois não existe muitos meios de se dizer isto. Seu pai foi morto no assalto – fez uma pausa – Sinto muito Sr.

Nesse instante o tempo parecia ter parado para Andrew. Os olhos ficaram fixos para frente, distantes como se agora ele que estivesse morto. Bruscamente fechou os olhos, recostou a cabeça no encosto de sua poltrona e começou falar de olhos fechados para si mesmo.

-- Alguém tem de levar a culpa. Não posso culpar os que tinham a obrigação de cuidar de meus pais, pois não conseguiram chegar a eles no metrô. Não creio que poderia tão pouco punir os torcedores de futebol, por isso sobra somente a mim mesmo. Eu mandei meu pai para a morte, eu matei meu próprio pai.

-- Você não podia adivinhar. Não tinha como saber – falou o policial que desde a entrada do outro na sala havia ficado em silêncio.

-- Eu devia ter pensado, eu tinha que ter pensado era a vida de meu pai e de minha mãe. Como minha mãe deve estar nesse momento? Sem dúvida não vai querer falar comigo e não posso culpá-la por isso. Afinal mandei meu pai para morte e não tenho nenhuma pista de quem...

-- Desculpe interrompe-lo, mas os rapazes conseguiram das pessoas que estavam no mesmo vagão o nome do assassino – disse o policial carrancudo.

-- Não me interessa como conseguiram, diga o nome desse homem que eu farei de tudo para pega-lo independentemente do que eu tenha que fazer para conseguir isso – os dois policiais olharam assombrados enquanto Andrew falava – Nem que eu tenha de ir até o fim do mundo, pegarei o canalha. Diga-me logo o nome do infeliz.

-- Não vai precisar ir tão longe. O nome do homem é Robert Croft Lee e já tem uns mandados de prisão em dois ou três países, mas a fatos que provam que ele não saiu do país.

Andrew ficou em silêncio. Conhecia a fama de Bob Lee e sabia da sua fuga, mas não o imaginava capaz de matar ninguém. E até onde sabia sempre trabalhou sozinho. Algo estava errado nessa história, que precisava ser averiguado.

Sem que os outros esperassem Andrew voltou a falar no seu modo habitual.

-- Avise as autoridades responsáveis para deixarem vazar o mínimo possível do assassinato para imprensa. Nem as testemunhas devem falar, devem convencê-las de que é só mais um caso de latrocínio. Eles devem saber o mínimo possível do nosso caso – essas ordens foram diretamente ao segundo policial, depois que ele havia se retirado Andrew reiniciou – Quero estar no Brasil o mais cedo possível, consiga isto agora mesmo. Ah, e não esqueça dois lugares, meu criado pessoal vai comigo, não ousaria ficar sem ele de maneira alguma. Vou ligar para ele preparar as malas.

Antes de sair da sala o policial olhou de esguelha para seu amigo e notou algo estranho, parecia o mesmo de sempre, mas havia um brilho nos olhos, como o de um gato brincando com um novelo de lã, teve um calafrio e sentiu pena de Robert Croft Lee pelo que teria de enfrentar, pensando nisso saiu da sala.

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Bem pessoal, aqui está! Capítulo 9 pronto pra vocês.

Como sempre espero que gostem, espero também seu votos e comentários.

Abraços e boa leitura!

A maldição das irmãs da morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora