A desgraça da herança

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Os integrantes da família Black acordaram, e foi um caos. Estavam todos extremamente e exageradamente belos, sendo que Narcisa entrasse em destaque maior por ser diferente de seus primos. E os olhares caíram direto na bruxa "puro-sangue". Seus cabelos pareciam mais sedosos, os lábios mais cheios e vermelhos, o busto lhe parecia maior, o corpo mais "apetitoso", traços delicados demais, similares a uma boneca de porcelana, mesmo que já parecia a uma, agora apenas lhe marcava mais.
Os integrantes dos marotos lamberam os lábios e Lilian Evans avançou na direção da loira. Os olhos de luxúria e encanto em todos. A ruiva sentia uma sensação indescritível no peito, que pulsava sem parar.
Andrômeda conseguiu afastá-la com um feitiço e os trancou para fora da ala hospitalar, os gritos deles querendo entrar, a bruxa respirou fundo.
— Andy? - Regulus chorou, enterrando as mãos no rosto e soluçando. Estava apavorado, com os acontecimentos recentes e não tinha noção do que lhe arremetia.
Quebrou o coração de todos ali, inclusive das curandeiras. Era tanta pressão em um bebê. Sim, o caçula Black era o neném da família e ninguém mudaria isso, nem se outro nascesse.
— Oh, meu anjo, não chore! -envolveu o pequeno nos seus braços. —O que foi?
— Dodói, Anwy! -a voz dele ficou mais infantil e o coração de Sirius se partiu, se levantando da maca mesmo com dor, indo na direção de seu irmãozinho.
— Reg, anjinho, onde dói? - Bella levantou de prontidão, tentando ajudar Andrômeda para consolar seu priminho.
Ele começou a chorar mais alto, se encolhendo na prima mais velha, que estava fora do tapete familiar por ter se apaixonado por um nascido trouxa.
Narcisa não conseguia se mexer, as costas lhe doíam muito. Sirius foi até o irmão, acariciando seus cabelos enquanto sentava na maca dele.
— Andrômeda, o que ouve conosco? - a voz fraca de Ciça ecoou e todos olharam-na com preocupação pingando de seus olhos, ela sangrava muito ainda. A transformação não havia acabado, e como não? O que acontecia com a caçula das irmãs Black?
A série de tosse lhe ocorreu e foi escoltada para um quarto para ser examinada e ficar lá. As curandeiras fecharam a porta com um estrondo. As irmãs e o primo se entreolharam. Bella limpou as lágrimas de Regulus, dando beijinhos nas mãos dele e o fazendo rir levemente.
— Nós somos metade bruxos, metade criaturas mágicas. -ela suspirou, passando a mão pelos cabelos.— Ou seja, não somos sangue puro.
O trio ficou em choque.
— Como assim, Andy?! -Six estava com a boca no chão. Ele era mestiço!! Mestiço mágico!! E passou sua vida inteira pensando que...
— Você continua sendo um bruxo, Sirius. E não diga isso para as pessoas, sobre não ser apenas um bruxo. Se tocar nisso, nossa família cairá em ruínas, mantenham as aparências, todos vocês. -a mais velha avisou, aquilo arrepiou os pelos de todos. Sua família em frangalhos? Não poderia acontecer.— Seus parceiros podem estar aqui. Sabe o que isso significa?
Os três fizeram que não. Os gritos de Narcisa eram uma canção de fundo, deixando o coração deles pesado. Não sabiam o que acontecia com a loira, entretanto, o bebê precisava deles no momento. Pensariam na Ciça depois.
— Certo. Parceiros são pessoas que atuam como almas gêmeas de vocês. E estão eternamente ligados à elas. Bella, eu e Ciça podemos criar garras e asas, nos tornar harpias ou "anjos", temos uma nuvem de sedução maior, um canto similar com as sereias, podemos engravidar parceiras mesmo sendo mulheres. E talvez, seus parceiros nem tenham nascido. Tonks é o meu, por exemplo. -explicou, ajeitando a cabeça de um Regulus adormecido em seu colo. — Não tinha como, simplesmente, deixa-lo por uma questão familiar sobre apenas nos casar com bruxos puros, isso me quebraria por dentro, compreendem? -Os dois assentiram levemente.
— Sou homem, Andy, e quanto ao meu parceiro? -Almofadinhas estava aflito.
— Six, você pode gerar crianças ou fazer crianças, depende se você for dominante e submisso e, como seus músculos e altura cresceram, presumo que seja dominante. Portanto, seu parceiro irá gerar crianças. E se for mulher, o mesmo. Porém, ambos precisam ter um comportamento submisso ao seu. Você tem o poder de controlar a relação de vocês e mantê-la nos trilhos, mesmo que, ele ou ela não aceite muito bem de início.
Assentiu, começando a imaginar quem seria.
— E como sabemos que é nosso parceiro?
As palavras de Bella ecoaram pelo quarto e Andrômeda olhou para as mãos antes de responder:
— Seu peito sente uma sensação indescritível de conforto, e a necessidade de protege-lo/la de qualquer perigo, ou se sentir protegido por ele/a. Você sabe quando é seu parceiro/a.
Bellatrix estava pensativa, olhando a paisagem pela janela. Fechou brevemente os olhos e em sua mente, uma menininha de cabelos acastanhados e olhos brilhantes de mesma cor lhe apareceu, sorrindo. Era a imagem mais linda que já presenciou.
Seu coração apertou e bateu mais forte, sentindo um amor incondicional pela bebê. Sua parceira acabara de ser gerada, e sabia exatamente sua aparência, quem eram seus pais e como encontrá-la. Estava tremendamente feliz. Teria alguém para passar o resto de sua vida.
— Minha parceira acabou de ser gerada/concebida! Eu terei que esperar alguns anos... - Bella sorriu, sonhadora. Nada poderia acabar com esse momento agora.
Andrômeda lhe sorriu, triste. Esperar parceiros era complicado, podia levar alguém a loucura eterna. E se fossem rejeitados pelos parceiros, poderiam morrer, adoecendo aos poucos até ser fatal. Porém, não contaria isso agora, a sua irmã do meio estava feliz demais para uma notícia dessas.
A desgraça da herança mágica havia caído completamente nessa família, selando um acordo silencioso com a morte e o caos. Sabe-se lá o que viria pela frente. Se esperam coisas boas, estão enganados.

Família Black [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora