Rocky (Série Bad Guys)

16 - Escolha

Eu já estava há cerca de uma hora na cozinha, olhando pela janela, querendo mais do que nunca ir embora. Soltei um suspiro pesado e saí da cozinha, adentrando a loucura que estava sendo a festa. As pessoas se mexiam na pista de dança loucamente, e pude ver Quentin beijando uma garota e Owei dançando com outra.

Abracei meus próprios braços e continuei a andar por lá, até dar de cara com Robert, o irmão mais velho de Rocky. Era o que me faltava.

"Abby." Ele cumprimentou, gritando por conta do barulho alto da música.

"Robert." Cumprimentei de volta. "Vejo que ainda está na cidade."

"Ah, eu vou ficar por aqui." Respondeu, dando de ombros.

Droga, pensei.

"Ah, legal." Falei.

"Quer dançar?" Perguntou.

"Não, valeu. Eu estou de saída." Falei, apontando para a porta.

"Quer uma carona?" Ofereceu.

Neguei com um gesto de cabeça. Ele riu.

"Você realmente é difícil, hm?" Ele disse, rindo.

"Eu só... eu não costumo sair com ninguém." Falei.

"Mas não pode me dar uma chance?" Ele insistiu.

"Olha, sendo sincera, eu acho que não." Falei. "E você é o irmão mais velho do Rocky, ia ser estranho."

"É o Rocky, não é?"

"Hm?" Perguntei.

"Vocês gosta dele, não gosta?" Perguntou, já sabendo qual seria minha resposta.

"Mas é claro que não. Não se pode ter um amigo homem hoje em dia?" Falei, revirando os olhos.

"Tudo bem, ele sempre ganha mesmo. Já estou acostumado." Ele falou, dando de ombros. "Apenas não diga que eu não avisei quando ele quebrar seu coração."

Robert então se afastou, entrando no meio da multidão e me deixando plantada no chão. Ele tinha razão, cedo ou tarde eu quebraria a cara, eu não podia continuar com aquilo, mas como eu poderia exterminar aquele sentimento que apenas crescia? Parecia impossível para mim.

Eu já estava do lado de fora, quando alguém puxou meu braço, era Robert.

"Me desculpe, mas eu não posso desistir tão fácil." Ele falou.

Robert segurou meu rosto com ambas as mãos e me beijou. Não foi um beijo simples, foi realmente um beijo.
E quando separou procurando por ar, ele apenas olhou em meus olhos e foi embora.

Eu fiquei atordoada, sem entender absolutamente nada. Então olhei para frente e vi o farol alto bater em meus olhos, me fazendo colocar a mão na frente dos mesmos.

Os faróis foram desligados, e Rocky desceu de seu Impala 67.

Aquela noite estava ficando cada vez pior. Ele passou por mim, como se eu não existisse. Estava bravo e eu mais magoada do que nunca. Eu odiava sentir todas aquelas coisas, era patético e não conseguia entender porque Rocky estava agindo como um menininho mimado.

Eu não ia atrás dele, assim como ele não ia atrás de mim. Então eu o vi passar por mim, sem dizer nada, sem sequer olhar para mim. E aquilo partiu meu coração mais uma vez.

Eu deixaria passar ou seria uma idiota novamente? Bem, eu decidi simplesmente ir embora.

Ainda abraçando meus próprios braços, passei pelas pessoas que estavam naquele gramado, querendo chegar logo até a rua. Tirei meus saltos e passei a carregá-los nas pontas dos dedos, enquanto algumas lágrimas teimosas e idiotas rolavam por minhas bochechas.