Prólogo

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Adentrei a minha sala apenas para deixar minha bolsa e mais alguns pertences, o ano letivo mal havia iniciado e as pilhas de papéis em minha mesa já começavam a aumentar gradativamente. Ser reitor de uma universidade tão renomada como a Mokuton me trazia uma enorme paz comigo mesmo por saber que havia realizado um sonho antigo.

Quando iniciei a minha carreira cursando Gestão de Políticas Públicas sabia que precisava ir além de minha profissão. Queria mais do que apenas rever leis e diretrizes governamentais. Foram quase oito anos estudando sem parar e felizmente consegui chegar aonde queria desde o início.

Com 32 anos me sentia suficientemente feliz com minha vida profissional. Contudo, tinha a sensação de ausência de algo que não sabia exatamente o que era. E pode parecer um tanto piegas, mas às vezes gostaria de encontrar alguém para assistir um filme no final de semana ou dividir meus dias.

De qualquer forma, isso sempre esteve em segundo plano em minha vida e comecei a ignorar a situação. Normalmente tenho sucesso com isso e enquanto existir a bebida alcoólica sei que ficarei bem.

Agora me encontrava caminhando para um dos auditórios da faculdade para a primeira reunião com os novos professores e coordenadores, nós havíamos retornado uma semana antes que os alunos para nos planejarmos a respeito do calendário da Universidade, atrações que poderão ocorrer e, principalmente, aos programas que teremos neste ano.

Minha primeira visão ao entrar foi uma cabeleira preta dentro de um terno escuro, típico. Caminhei até a mesa, me servi com um copo de suco e fui em direção a própria reencarnação da impaciência, Uchiha Madara, meu melhor amigo.

— Espero que esse ano seja melhor que o anterior. – Parei ao seu lado, encarando Hiruzen Sarutobi, o diretor da Universidade ajeitando algumas coisas no palco.

— Poderiam ter colocado vinho para começar bem. – Reclamou, óbvio. – Além disso, que horas isso vai começar? Você viu a quantidade de papéis em cima de nossa mesa, Hashirama? – Bufou, irritado. Eu me limitei a rir.

— Ora Madara, não comece com esse humor insuportável. – Respondi com um sorriso brincando nos lábios. – Se bem que a ideia do vinho seria ótima, afinal, você bêbado é muito mais agradável.

— Já mandei você se foder hoje? – Comecei a gargalhar, óbvio que tentei me conter, mas foi impossível.

Prosseguimos em silêncio até o Uchiha ao meu lado começar a melhorar a cara emburrada. Conversamos a respeito de trabalho e infelizmente eu precisava concordar com ele: Estávamos fodidos.

A quantidade de coordenadores que necessitava conversar e conhecer havia aumentado gradativamente. A universidade estava maior, não apenas em seu tamanho físico após ampliar e inaugurar novos campus, mas por colocar mais cinco cursos de graduação, sete de pós-graduação, três de mestrado e dois de doutorado.

Ouvimos uma chamada ao microfone para subirmos ao palco nos sentar na mesa posta para nós reitores. Me encaminhei para lá juntamente com Madara e nos acomodamos um ao lado do outro.

Abaixei meu olhar para o papel da programação daquele dia e suspirei ao perceber que como esperado Hiruzen me faria discursar, tudo bem, vou pensar em algo até a hora. Ergui minha cabeça para falar algo para meu amigo e simplesmente perdi o dom da fala.

A primeira coisa que chamou a minha atenção foram os cabelos vermelhos. Estavam presos em um coque frouxo e havia alguns fios caindo em seu rosto juntamente com uma franja de lado. Usava um vestido branco de alças, justo até a cintura e aberto até os joelhos. Andava em cima de um sapato de salto alto de maneira tão majestosa que...Por Kami, quando ficou quente aqui?

Aparentemente não usava uma maquiagem nos olhos, mas em sua boca um batom vermelho traçava cada detalhe dos lábios finos e bonitos.

Quem era ela?

Deduzi que seria alguma professora recém contratada, parecia jovem. Sentou-se na primeira fileira e olhou em volta como se estivesse observando o local e tentando decorar cada detalhe até nossos olhares se cruzarem.

Fiquei sem graça, a quanto tempo estava com meus olhos fixos nela? Porém, para a minha surpresa, ela apenas fez um breve comprimento com a cabeça e sorriu.

Que sorriso bonito, por Kami.

Retribui o sorriso e desviei a minha atenção ao Sarutobi que iniciaria a cerimônia. Respirei fundo e bebi um gole de água; pelo jeito precisaria me controlar para não ficar observando a ruiva bem em minha frente.

Essa palpitação estranha em meu peito fez meu estômago se revirar e pela primeira vez em minha vida fiquei nervoso por saber que iria discursar para todos ali. Volta, Hashirama, isso não é hora.

Logo você terá suas respostas. 

10 dias para elaWhere stories live. Discover now