Sexta feira, 27 de abril de 2018

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Sexta feira, 27 de abril de 2018

19:19

Sou a imensidão do medo; prisioneira da expectativa que a sociedade constrói. Envergonha-me ser esse ser tão frágil, o ser humano no seu puro e inexplicável sentido da palavra. Não quero ser desta forma. Não quero ser do medo prisioneira e de mim escrava. Todavia, a futilidade parece morar em mim assim que expresso e grito em sonora voz. Que todos o oiçam. Tenho medo. Tenho medo de mim, dos outros. E, desesperadamente, só espero que tomem parte de mim, espero receber uns segundos em que só da minha mágoa me veja longe. Quero estar só sem conhecer o sabor da solidão, na paz noturna da companhia que existe mas se distancia. Eu tenho tanto medo. Mas aquele silêncio transtorna-me a palavra, os olhares penetram-me o córtex frontal, o discurso evapora os sons do tempo. Sou pobre vaguidão perdida. Perdição de mim cativa. O reflexo não some. Não quero ver-me assim. Eu tenho medo. Não quero ver-me. Eu tenho medo de mim.

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