Quarta, 24 de maio de 2018

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Quarta, 24 de maio de 2018

13:31

Hoje não consigo escrever sobre mim ou este sentimento que me afoga. Sou a gota que escorre, por vezes, pelo corpo que não parece pertencer-me. Dou conta que o tempo, qual cruel vingador, tornou difícil o que um dia foi mais fácil. E ele passa, mas não dou conta. Não me vejo com os olhos de outrem; não leio o que as palavras escrevem tranquilas. Porque as minhas palavras somente formam emaranhados descomunais. Impercetíveis à mente de todos e nenhum. Sou o novelo que a avó usa para coser os trapos velhos. Sou um farrapo ou sou uma obra de arte mal pintada, a quem não dão nenhum e um só valor. Já não sei o que sinto, porém não sei sentir outra coisa. Uma sensação que me passa vezes na cabeça; que não consigo esquecer. Relembro os meus maiores pecados com lágrimas que ameaçam escorrer. Não estou melhor. Só quero o silêncio. Só quero o escuro. Só quero a água quente de fim de dia. Só quero fechar os olhos para nada ver. Focar-me em mim, sem de mim me lembrar. O conforto  de ti.

Estou tão vazia, que em mim já não encontro palavra.

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