Domingo, 29 de abril de 2018

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Domingo, 29 de abril de 2018

16:35

Não posso alimentar o monstro que em mim vive, respirando a fúria da existência. O desejo de não existir materializa-se à velocidade da luz quando a noite espreita pelas fendas da janela. Não obstante a autodestruição, ligo-me ao monstro e às suas ideias maquiavélicas. Sopro vida mas choro mágoa. Deixo a luz desaparecer.
É no tempo que aparecem os vestígios da insatisfação, quando tudo é escuro e negro. O pensamento nasce das sombras que nada temem. Mais uma vez, o monstro vence e a luz apaga.
A insegurança toma conta de mim e de todos os que a mim pertencem com a sua espontânea sofreguidão calada. É a mais vil das sensações que me ilude a cada dia. O que falta aqui, excede noutro lugar que não vejo, mas jamais o vazio se fecha quando retomo ao princípio onde tudo é preto e branco. A realidade é cruelmente insatisfatória, assim que só me satisfaço com o que meu não é e aquilo que não tenho. Sou uma ilusão agoniada com o desapego das pessoas. Sou o monstro mais frágil da humanidade.
Os meus poros transpiram a luta de cada dia como quem da tristeza cessa a sede. Todavia, ainda me sinto viva. Embora seja o monstro mais frágil da humanidade.

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