Capítulo 3

557 85 17
                                    


4h da tarde deitada na cama com os olhos fitados no teto e o fone no máximo. Eu, como todos os outros feriados estava sem nada de legal para fazer, os programas de família era sempre os mesmos, e era bom quando eu ainda era criancinha e meu pai me levava no parquinho para brincar e tomar sorvete, mas eu fui crescendo, a vida foi mudando e eu não sou mais a garotinha de antes. Parece que a vida é mais legal quando você é apenas uma criança, quando ainda não se tem a plena consciência de quanto  mundo pode ser terrível com você, quando a sua única preocupação são brinquedos e diversão, quando a vida é colorida e você ainda não tem obrigações nem responsabilidades, quando a gente acha que crescer e se tornar adulto é uma coisa legal. Boa fase, boa e ingênua fase da vida, dá até vontade de voltar a ser criança, mas uma pena a vida  não nos permitir voltar no tempo.

Um pensamento e outro e lembrei de Sammuel, e consequentemente do seu número de telefone, procurei dentro da minha bolsa, salvei o número e mandei mensagem. 

Oi, Lis aqui

Enquanto ele não respondia, troquei de roupa, e desci para a cozinha, minha barriga roncava. Peguei algumas uvas e uma maçã e sentei no sofá. Quando peguei no celular ele já havia respondido.

Sammuel: Oi Lis, bom saber que não jogou o cartão fora antes de salvar meu número

Elisa: estava preocupado com isso?

Sammuel: confesso que por um instante pensei nessa possibilidade, com isso você pode deduzir que sim rsrs

Elisa: estou me sentindo até importante agora rs

Sammuel: O que faz de bom?

Elisa: comendo uvas, estão maravilhosas e você

Sammuel: estou assistindo um filme bem chato ao lado do meu pai, que no momento está no milésimo sono e roncando ainda mais

Elisa: nossa, e você disse que a minha vida era chata rsrs 

Sammuel: posso ir te ver? _ao ler fiquei surpresa, confesso que não estava esperando.

Elisa: melhor não, meus pais estão em casa, eles te encheriam de perguntas, e depois eu, enfim...

Sammuel: a gente pode se ver em outro lugar então? 

Elisa: Perto da minha casa tem uma pracinha, te encontro lá daqui a 10 minutinhos, tá ?

Sammuel: esta bem.

Subi para o quarto as pressas, prendi o cabelo, troquei de roupa, passei perfume, um batom nude, peguei um casaco e fui. O avistei de longe, sentado em um banco, um pouco perto de uma árvore.

- Oi_digo enquanto ainda me aproximava

- Oi_ele responde e me encara

Ficamos em silêncio por alguns breves segundos, ele não parava de me olhar, e eu sorria do jeito que ele me olhava. (mídia)

- gosta de churros?

- Amo churros. Onde vai ?

- Comprar_ele responde saindo em direção a uma barraquinha de churros que eu nem sequer havia notado

- Quero o recheio de brigadeiro_digo animada

- Eu também_ele diz para a senhora do churros

Ao pegar os churros, caminhamos pela pracinha, ele parecia mais pensativo agora.

- está tudo bem?_perguntei

A Cristã e o Ateu [ PARADO TEMPORARIAMENTE ]Onde histórias criam vida. Descubra agora