As Peripécias de Pedrinho

Ataque ao inimigo

Eram umas oito horas da noite quando os colegas de Pedro chegaram em sua casa. Nesse horário, a sua mãe sempre assistia  novelas, sendo o momento ideal para atacar o inimigo.

— Vamos lá, Pedrinho. Você vai na frente. — Aos empurrões,  sua tropa lhe incentivava.

A única luz acesa no quintal era exatamente a que iluminava os rivais. Eles tinha muitas chances de ganhar essa guerra.

Um amigo, o Tripinha, lhe dava cobertura com munição. Enquanto Pipa e Cascão faziam vigilância.

— Já sabem o que fazer se fomos atacados, não é?

Fizeram o código secreto de confirmação, que na verdade era apenas cuspir no chão.

— Comandante Pedrinho pedindo permissão para começar o ataque. Câmbio, quartel. — pressionou o comunicador, e rapidamente obteve resposta.

— Permissão dada. Câmbio.

Ele precisava salvar a terra desses delinquentes.
Com arma em punho e munição abundante, analisou o esconderijo. Nenhum barulho além dos rivais, provavelmente estavam tramando um novo ataque.

Ele fechou um olho para identificar melhor o alvo. Tripinha lhe passou a munição e ele preparou a arma.

— Um, dois, três e jaaaaaaá.

Atirou e correu. Tudo ficou escuro, muito barulho, gritaria.
Dois rivais o acertaram.  Na correria, algo agarrou seus pés, fazendo-o cair.

— Ai, ai, maiiiiiiiiiiiiiiinha. Acode. Ai, minha bunda.

Dia seguinte.

— Por favor, mãe, me tira do castigo. — pedia quase chorando.

— Nada disso, rapazinho. Lembra do que me aprontou ontem?

— Eu só queria salvar o mundo.— fez uma pose de super herói.

— Atacando um enxame de abelhas com um estilingue, Pedrinho? Você quebrou a luz do poste e ainda levou duas picadas, sorte que não eram venenosas. E mais sorte ainda delas terem ido embora. Ah, e não se esqueça de ter arrancado meu varal para fazer seu comunicador.

Sua mãe saiu da cozinha, e ele vitorioso, grita.

— Yes, salvei o mundo. — caminhou passando a mão sobre a picada em sua bunda. — Mas doeu para caramba.