THIRTY NINE

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SHEDOWN ON

— Ah, Shedown… Por favor… por favor… Me perdoe. Me perdoe… - ouço, e sinto meu rosto ser segurado delicadamente por mãos trêmulas. — Eu falhei em te proteger como tinha prometido… - sinto minha testa colar com a dele e um leve beijo em meu nariz, seguido por um toque suave de dedos bambos limpando meu rosto frio.

Eu queria fazer alguma coisa. Queria reagir a esse sentimento. Mas não conseguia.

Eu te amo, Shedown. Sempre amarei. Sempre. - diz, por final.

A raiva que estava queimando em minha garganta, para subitamente. Sendo substituída sem piedade por uma mágoa e decepção incontroláveis.

Na minha mente, eu gritei. Gritei. E gritei. Sufocada com as próprias lágrimas.

Esse não pode ser o fim. Não pode ser nossa despedida. Não pode. - eu me lamentava.

Mas eu sentia que era a despedida final. O fim da história.

Tudo oque eu podia fazer era… nada. Não podia fazer nada. Totalmente incapacitada, não era capaz nem de salvar a mim mesma. Mas isso pouco importava agora.

Pouco importava se eu era capacitada ou não. Hoseok. Hoseok era a única coisa que importava no momento.

Reunindo toda a energia que me restava, virei-me para Hoseok, que se encontrava pálido e vulnerável deitado ao meu lado.

Passando a mão em seus ombros, sussurrei: — Meu amor… - engoli em seco. — Amo você. - disse por último.

Apertando mihas mãos sobre seu rosto, uma luz pura começou a brilhar, transferindo meu poder à ele.

Vai dar certo. Vai dar certo. - eu ficava me dizendo toda hora.

Eu transpirava e minha visão se desfocava.

Vai dar certo. Vai dar certo.

Por um momento, senti um movimento vindo do mesmo.

Isso! - comemorei em minha mente.

Mas a luz que eu emanava se escureceu. E foi se esvaziando até sobrar vestígios quase invisíveis de que ela estava ali.

Não! - gritei mentalmente.

Desesperada, tentei reanimar a luz novamente, e acabei por fracassando miseravelmente.

Lágrimas brotaram de meu olhos e eu soluçava, porém não parava de tentar invocar minha energia.

Por quê?! Justo Hoseok?! Por quê não eu?! - suplicava para todos que estivessem me ouvindo, deixando  evidente toda minha angústia.

Me uma resposta! - berrei, explodindo.

Filha. - a voz se fez ouvir no turbilhão de pensamentos da minha mente.

Deus? - indaguei mentalmente. — Por favor, ajude Hoseok! Me ajude à te-lo devolta! Me ajude a conseguir a vida que eu sempre quis para nós! - implorei.

Vou ajudá-la nessa tarefa, filha. Faça uso desse poder com responsabilidade e sensatez. - disse, retirando sua presença.

O poder mais puro e limpo que eu já conhecera me preencheu. Pega de surpresa, gritei com tamanha intensidade. Não doía, pela primeira vez, era até agradável. Corroendo toda a mágua que tinha em meu corpo cansado.

Levitando da pedra em que estava deitada, abri os braços como se fosse acolher alguém. Só via branco diante dos meus olhos, mas isso pouco importava.

Pense em seu maior desejo, filha. - disse Deus, desaparecendo novamente.

Nos meus pensamentos, imaginei eu e Hoseok na minha casa. Eu fritando ovos pela manhã e ele fazendo um simples suco de laranja, derrubando sem querer o suco do copo e me olhando com uma careta do tipo: "Não brigue comigo, por favor!". Ambos rindo e comendo felizes. Outra cena apareceu e dessa vez, Hoseok tinha pegado minha calça e estava correndo pela grande casa chacoalhando-a no ar como se fosse um prêmio. Eu estava logo atrás dele, tentando pegar a calça para poder vesti-lá, entretanto, perdi-o de vista. Olhei para trás a tempo de vê-lo me pegando no colo e lascando um beijo doce em meus lábios. Aproveitei esse momento para pegar a calça de sua mão e sair em disparada pela casa. Ambos rindo e perseguindo um ao outro, felizes.

Uma lágrima escorreu dos meus olhos e um sorriso se abriu em meus lábios. Abri mais os braços e libertei minhas asas. O alívio e leveza me dominaram. Senti-as formigarem e depois tremerem, ergui as mesmas no alto formando um arco sobre minha cabeça. Elas tremeram novamemte e explodiram em cinzas, fazendo renascerem novas asas, mais fortes do que qualquer outra.

Meu corpo formigou e tecidos envolveram meu busto e pernas, deixando a barriga exposta. Meu cabelo foi soprado e tocado por flocos macios e leves. E o ferimento no peito, cicatrizou e sumiu completamente.

Minha visão voltou e vi como eu estava. A seda branca mais fina que eu já vira, forrava meu busto e formava uma saia longa com duas fendas nas pernas, que começavam nas coxa e iam até o final, tudo adornado com joias douradas e cintilantes. O cabelo negro e brilhoso se encontrava solto indo como uma cascata escura até a cintura. Os pés descalços com um apetrecho de ouro em volta dos tornozelos. Parecia uma Deusa Grega.

Olhei para cima e vi as asas, agora brancas como as nuvens em um céu azul. Eu não era uma Deus Grega. Era um anjo.

Olhei para frente e vi Lúcifer, parado diante de mim, boquiaberto com a transformação.

Lúcifer, chegou a hora da sua penitência. - entoei, com a voz cheia de poder.

Abnormal Love » BTS × J-Hope ×Onde histórias criam vida. Descubra agora