THIRTY EIGHT

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SHEDOWN ON

Instigada pela raiva crescente de perder os pais e uma vida plena por Lúcifer, vôo para cima dele, pretendendo matá-lo sem hesitar, como ele havia feito com as pessoas que amo.

Não me importa se ele é o Diabo ou qualquer outra coisa demoníaca, mas, meus pais deram a vida por mim. E ele nem ao menos ligou.

Em meio ao ar, passei para o terceiro e último estágio de transformação, assumindo a forma do pior demônio.

Chutei-o para longe, fazendo com que voasse uns 9 metros para trás, só parando quando bateu de costas na grande rocha.

Sem perder tempo, avancei novamente, dessa vez, com navalhas flamejantes empunhadas nas mãos. Acertei-as em seu peito, bem no coração que acredito que ele não tenha.

Materiaizei novas navalhas e comecei dilacerá-lo à uma certa distância, lançando as facas em sua direcão e cravando-as fundo em seu corpo já mole e flácido.

Puxei energia das chamas e lancei meu poder nele. Não eram labaretas, nem chamas, nem lava. Eram sombras. Chamas negras e fantasmagóricas dançavam em meus dedos e lambiam meus braços.

Tremendo com tamanho poder abastecido em meu corpo, lanço as sombras em Lúcifer que parece se afogar com elas. Seus olhos se reviram e o poder sai pela sua boca, como se fossem cobras negras e chamuscantes.

O mesmo começa a convulsionar e babar as sombras. Quando Lúcifer para de emitir qualquer ruído se quer, paro e observo seu rosto pálido, a boca escancarada e os olhos parecendo dois túneis de pura escuridão. 

Viro as costas para ele por um momento, afim de observar o lugar para começar a procurar Hoseok. Mas foi um erro.

Crash. Foi o barulho que fez quando a lança perfurou minhas costas e atravessou meu corpo até ficar à mostra, bem no meio do meu peito.

Sem entender oque aconteceu, pisco, desorientada. Minha visão fica turva e solto uma tosse ensanguentada. Penso em Hoseok e em como fracassei tentando salvá-lo.

Pontos pretos começam a aparecer diante dos meus olhos, e me vejo perdida em um mundo completamente insano e melancólico. Por quê?

Dando um sorriso triste de desculpas, meus olhos ardem com as lágrimas que caem sem emitir murmúrios de protesto.

Me perdoe, Hoseok… - digo, engasgando.

HOSEOK ON

Paro na hora quando sinto uma pontada no coração. Shedown.

Olho para os lados afim de procurar alguma pista sua. Algum vulto, fantasma da mesma, ou qualquer outra coisa que me ajude.

Minha mente clareia e tenho uma breve visão dela.

Sorrindo tristemente. Lágrimas caem dos seus olhos incansavelmente. Um filete de sangue escorreu da sua boca e posso ver a ponta afiada de uma lança transpassando seu peito.

Saio da visão e, sem perder tempo, vôo como um radio , indo de encontro à Shedown.

Desvio de rochas e aumento a velocidade ainda mais. Murmúrios se fazem ouvir, e tenho o vislumbre de um corpo esguio e vermelho. Vermelho de sangue.

— Menina tola. - diz Lúcifer, tossindo.  — Quase me matou. - ele tenta remover o sangue do corpo.

Me aproximo mais e vejo Shedown jogada encima de uma pedra. A lança foi retirada de seu peito, deixando um buraco em seu peito. Ela não está transformada, pelo contrário. Está humana. Flácida, indefesa, vulnerável.

— Ora, ora, ora… você apareceu? - Lúcifer entoa, cortando meus pensamentos em Shedown. — Vai querer vingança? - ele ri, histérico. Louco.

— Desgraçado. - trinco os dentes. Em seguida, estou voando para cima dele com todo meu poder.

Coisa que não devia ter feito. Lúcifer é obviamente muito mais forte que eu. Ele é o próprio Diabo. Não teria como isso.

Sentindo-me um fracassado. Faço a única coisa que está ao meu alcance no momento. Rezo.

Ah, Deus. Ajude-me a proteger Shedown, ajude-me a ter a vida normal com a única mulher que eu amei. Ajude-me, por favor…

Meus pensamentos são cortados quando sinto uma pontada no ombro. A dor se intensifica até se tornar insuportável. Olho para o mesmo e vejo que há uma lâmina, fincada bem fundo no local.

Solto um urro de dor e recuo para a rocha em que Shedown se encontra, caída. As lágrimas que recomeçaram a cair novamente, molham a pedra na qual estou deitado de lado, olhando para minha garota, imóvel.

— Ah, Shedown… Por favor… por favor… Me perdoe. Me perdoe… - seguro seu rosto frio entre minhas mãos trêmulas e pálidas. — Eu falhei em te proteger como tinha prometido… - colo nossas testas e dou um beijo em seu nariz. Ainda soluçando, limpo com o polegar seu rosto sujo de cinzas.

Respiro fundo, tentando ser forte em uma situação dessas.

Eu te amo, Shedown. Sempre amarei. Sempre. - digo, como se fosse uma despedida.

O buraco em meu ombro direito não dói mais, nem lembrei da dor quando, a dor em saber que não consegui proteger Shedown, era muito maior.

Com isso, fecho os olhos e abraço-a, formando uma armadura humana ao redor da mesma. E desmaio.

Abnormal Love » BTS × J-Hope ×Onde histórias criam vida. Descubra agora