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THIRTY SIX

HOSEOK ON

Mais de uma hora se passaram, e eu ofego e gotejo sangue. Os demônios diminuíram bastante, mas são muitos para uma pessoa só lidar com eles.

Respirando fundo, junto as poucas energias que me restaram e economizo-as o máximo que posso.

Agora, resta apenas me esforçar para chegar a tempo.

SHEDOWN ON

Pensa, pensa, pensa! - falo para mim mesma, em minha mente.

Eu não estava mais grogue por causa do veneno dos dardos, mas em compensação, estava presa em uma gaiola como se fosse um passarinho que foi achado ferido no quintal de uma casa qualquer.

O pior é que eu não podia fazer absolutamente nada. Na pior das hipóteses, Lúcifer poderia matar Hoseok.

Meu medo é que Hoseok esteja mesmo aqui. Mas como ele chegou até o inferno sozinho?

Ele não estava sozinho. - diz uma voz em minha mente.

Deus? - indago, mentalmente.

Sim, filha. Eu o mandei para cá. Você terá de guiá-lo com sua força de espírito.

Você irá me ajudar? - pergunto, esperançosa.

Na hora certa, filha. Na hora certa. - diz, e então sua presença desaparece.

— Como é que eu vou fazer isso? - murmuro.

Concentrando-me ao máximo, respiro fundo e tento me conectar com Hoseok. Penso em um feixo de luz correndo pelo local, ele dança sobre as rochas e labaretas saltitantes até encontrar um movimento em uma parte próxima de onde estou.

Era Hoseok.

Estava lutando contra dezenas de demônios de teceira classe. Ele… estava no terceiro e último estágio. Um demônio pior que Lúcifer. Eu também testei esse poder, é imenso. Mas vendo de perto, Hoseok não está só cansado mas também exaurido ao limite. O feixe de luz se transforma, e agora sou uma versão fantasmagórica e invisível para todos.

Desesperada pelo seu risco de vida, Canalizo meu poder nas mãos, e ao invés de soltar chamas, apenas liberto a habilidade, fazendo-a correr preguiçosamente até Hoseok em uma forma de chamas frias de um lilás quase transparente de tão puro.

A energia enche Hoseok e o vejo me procurar pelos lados, correndo os olhos vermelhos de lágrimas e arregalados em uma esperança mórbida pelo lugar.

Triste, pisco os olhos antes que as lágrimas caiam. Esse não é o momento.

— Lute, Hoseok. Esse ainda não é o momento, idiota. - ressoo como um eco, soltando uma risada embargada em seguida.

— Shedown… - diz. — Estou chegando. - ele respira fundo e, como se pudesse me ver e sentir, olha diretamente para mim.

— Meu garoto… - me aproximo dele, flutuando.

Não me inportando com a pele escamosa e áspera, beijo-o na testa, confortando o mesmo.

Depois, lentamente vou subindo e sumindo. Tudo fica claro e subtamente estou devolta à gaiola.

Satisfeita com meu esforço, percebo que estou suando frio e ofegando, além de estar pálida como um papel.

Valeu a pena. Gostaria de ter feito mais por ele, mas até eu tenho um limite. Um limite que posso ultrapassar se necessário.

Com Hoseok ao meu lado, meu limite é no mínimo viver bem junto à ele, o máximo, eu nem posso imaginar.

Sorrindo e respirando pesadamente, tentando recuperar o fôlego. Vejo Lúcifer sentado na cama que é sustentada no ar por correntes, olhando uma bola de cristal chamuscante em sua frente, como se fosse um tipo de bruxo que aparece em contos de fadas clichês.

Mas infelizmente, a realidade que estou vivendo, quem me dera fosse apenas um bruxo malvado para enfrentar. Que azar.

— Menino insolente. Quanto mais consegue resistir? - Lúcifer indaga para sí mesmo. Noto uma pontada de preocupação na última frase.

Ele teme oque está por vir. Só tem uma máscara muito forte e um ego ainda maior para disfarçar sua angústia.

Não iremos perder. Jamais