Capítulo 30

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Não sei quanto tempo fazia desde que sai do quarto, mas ainda conseguia ouvir o gemido de dor de Mabel e todas as vezes que isso acontecia sentia uma pontada no peito

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Não sei quanto tempo fazia desde que sai do quarto, mas ainda conseguia ouvir o gemido de dor de Mabel e todas as vezes que isso acontecia sentia uma pontada no peito. Queria tanto entrar e ajudar. Não sei como faria isso, mas tenho certeza que me sentiria bem melhor fazendo alguma coisa, ao invés de estar aqui fora apenas esperando.

— Você vai gastar o chão. — Victor acusou.

Eu andava de um lado para o outro no corredor. Não que isso estivesse me acalmando, mas pelo menos eliminava um pouco a energia acumulada.

Parei no meio do corredor ao ouvir o choro agudo. Era com certeza o som mais bonito.

— vou entrar lá! — Avisei enquanto seguia até aporta.

Bati e esperei alguns poucos minutos até Lucia abri-la. Assim que ela me viu deu espaço para que passasse e entrasse no quarto. Mal dei dois passos para dentro e parei. Meus olhos se fixaram em Mabel, que estava sentada na cama segurando um pequeno embrulho nos braços.

Nossos olhos se encontraram e um bonito sorriso surgiu em seu rosto. Mabel fez um discreto aceno de cabeça, me chamando. Devagar caminhei até perto da cama e sentei ao seu lado.

— Olha... É o papai. — Mabel sussurrou.

Olhei para o bebê em seus braços e senti a garganta se fechar. Não queria chorar agora, mas depois de tanto tempo esperando nós finalmente tínhamos nosso pequeno ali, conosco.

— Oi. — Sussurrei chegando mais perto — Nós esperamos muito por você, sabia?

Com certo receio estiquei a mão e toquei sua testa. Deslizei os dedos até seu pequeno e arrebitado nariz, que se parecia com o de Mabel. Continuei descendo até a minúscula boca e o senti sugar meu dedo avidamente.

— Acho que alguém está com fome. — Comentei sorrindo.

— Você já pode dar de mama. — Minha mãe avisou parada perto da cama, junto de Susan e Samantha.

Mabel olhou para ela e depois novamente para nosso bebê, e notei certo receio em seu rosto.

— Você consegue. — Incentivei.

Mabel me encarou ainda insegura, mas por fim assentiu concordando. Devagar abriu o roupão e aproximou nosso bebê do seio. Sorri quando ele o capturou, já sugando com certa voracidade.

— Acho que ele está com muita fome. — Comentei enquanto tocava seus cabelos ralos.

— Puxou a mãe. — Mabel sussurrou e deu uma risada baixa.

Ficamos ali apenas olhando para o nosso bebê. Sua boca fazia um pequeno biquinho ao redor do seio e era uma das coisas mais adoráveis que já tinha visto.

Meu pai, John e Victor entraram no quarto após Mabel terminar de alimenta-lo. Como esperado eles o paparicaram muito e depois saíram acompanhados das mulheres, deixando que o médico finalmente entrasse. Ele justificou o atraso dizendo que o carro tinha enguiçado no meio do caminho e teve que pedir ajuda, por isso demorou tanto.

Pedi que examinasse Mabel e o bebê e ele prontamente fez. Esperei pacientemente perto da cama, apenas observando tudo com atenção.

— O bebê esta saudável. — O médico afirmou — Assim como a senhora princesa. — Olhou para Mabel sorrindo gentilmente — Precisa ficar de repouso, então nada de atividades pesadas. Não se esforce muito, ok? — Pediu e Mabel assentiu concordando — Vamos agendar uma consulta para o bebê também. — Avisou enquanto guardava as coisas em sua maleta.

Nos despedimos na porta do quarto e pedi que Lucia o acompanhasse até a saída do palácio. Ela era a única que permanecia ali no corredor, o restante da família tinha se recolhido, afinal já era quase de manhã e passamos a madrugada acordados.

Fechei a porta e virei observando Mabel embalar nosso bebê. Ela o olhava visivelmente emocionada enquanto acariciava suas bochechas.

— Acho que vou tomar um banho, — Avisei chamando a atenção — Vocês vão ficar bem?

— Vamos sim. — Afirmou sorrindo — Vamos te esperar bem aqui. — Piscou.

— Ótimo. — Concordei dando risada.

Segui até o banheiro e liguei o chuveiro. Entrei no box e deixei a água cair sobre meus ombros, relaxando os músculos ainda tensos pelos momentos vividos.

Mal conseguia acreditar que minha esposa e nosso filho estavam no quarto, a alguns metros de distância e apenas me esperando.

Fechei o chuveiro e me sequei, saindo do box. Voltei ao quarto e dei um pequeno sorriso ao ver Mabel deitada na cama com nosso pequeno ao lado. Ela segurava delicadamente sua mão e a acariciava com visível carinho.

— Essa cena merecia um quadro. — Comentei ainda admirando-os.

Mabel me olhou sorrindo, voltando novamente a atenção no bebê. Aproveitei para ir ao closet e vestir o pijama.

— Pijama? — Questionou com a sobrancelha arqueada.

— O que? Achou mesmo que fosse ficar longe de vocês? — Fingi indignação.

— Não, nem imaginei isso. — Negou sorrindo e se inclinou beijando meus lábios demoradamente.

— Temos que escolher um nome. — Avisei.

— Estive pensando... — Mabel começou me olhando meio receosa — Eu gostaria que ele tivesse o nome do homem que deve ser a referência em sua vida.

— E no que pensou? — Questionei sem conter a curiosidade.

Alexander Junior. — Sugeriu encarando meus olhos.

Fiquei meio surpreso com sua escolha. Alexander foi o nome com o qual me apresentei a ela no centro da província em nosso primeiro encontro e de certa forma era especial. Simbolizava nosso começo.

— Acho que é perfeito. — Afirmei sorrindo e olhei para nosso bebê — Seja bem-vindo... Alexander Junior Thompson. — Sussurrei.

Ficamos ali, apenas observando nosso pequeno menino que dormia tranquilamente. Não conseguia tirar os olhos dele, reparando em cada detalhe e no que era parecido comigo e no que era com Mabel.

— Eu te amo. — Sussurrou de repente.

— Eu te amo... Ma Belle. — Declarei sorrindo.

A mais de um ano atrás fiquei sabendo dessa convocação. Que quinze garotas viriam ao palácio e que entre elas estava minha futura esposa e rainha de Thompson. Não imaginava que em meio a elas estaria à mulher da minha vida, com quem iria querer passar o resta dela... Mas aconteceu.

Eu amava Mabel com todo o coração e simplesmente não imaginava mais viver sem ela e nosso filho. Eles eram a base de tudo e a razão de acordar todas as manhãs e tentar ser alguém melhor.

Olhei para os dois deitados ao meu lado e suspirei de alivio e felicidade, porque ali estavam meus grandes e eternos amores.


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⏰ Última atualização: Feb 19, 2019 ⏰

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