Seus sapatos pretos lhe pareciam dois borrões diante daquele chão totalmente branco. Ele até sentiu um medo repentino e decidiu dar passos cautelosos para não sujar onde passava. Porém seus pés não pareciam querer o obedecer, e assim que ele olhou ao seu redor notou que tudo naquele local refletia o branco. A não ser, ela. Quando a viu ele não se importou em procurar saber onde estava. Justin tinha a leve impressão que já a tinha visto em algum lugar.
Sem sequer dar um passo, ela se movia, aproximando-se cada vez mais dele, como se deslizasse pelo chão. O vestido branco destacava seus cabelos castanhos e curtos, e seu batom vermelho a deixava ainda mais... Na verdade ele não sabia achar a palavra certa. Uma mão pequena e aparentemente frágil se aproximou de seu rosto. O garoto se manteve imóvel, esperando pelo que aquela quase conhecida faria. Não se importava com a incômoda e estranha força em seus pulsos, como se ambos carregassem grandes pesos o impedindo de se erguer, e abraçá-la, a colocando mais perto ainda, como ele tanto desejava. O que raios era aquilo afinal?
De repente a escuridão o tomou, e o mundo abaixo de suas pálpebras era macio e quente. Confortante. O que tinha de mau dormir mais um pouco? Além do mais ele queria saber o que a sua quase conhecida estava prestes a fazer.
Risadas sapecas e baixas o fizeram desistir.
—Por que acordam tão cedo? — Murmurou começando a se espreguiçar. —São crianças, deviam...—Seus braços foram impedidos por algo fino e irritante. —Ah Haden! — Reclamou ao perceber que seus dois braços se mantinham amarrados na cabeceira de sua cama, por seus próprios cadarços pretos. Os donos daquela obra travessa, Haden e Peter, saíram do quarto rindo, deixando Justin prisioneiro e sem nenhuma ajuda para se libertar. —Sabem que posso deixar vocês sem doces após o almoço! — Gritou torcendo para que eles ainda estivessem ali no corredor e o escutasse. Mas depois de silenciosos minutos ele se deu conta de que nessa altura, os garotos já deviam estar longe e rindo da situação que causaram. —Droga. —Resmungou puxando sua mão resolvendo tirar aquilo a força. Mas pra sua surpresa, o nó estava muito bem feito, e pensando melhor ele não queria partir os próprios cadarços.
Maldita hora em que havia ensinado Haden como amarrar os cadarços firmemente para não soltarem enquanto ele corria. Justin tentou usar a boca, mas ela mal chegava a seu pulso. —Mas que droga Haden! Pode sair, você venceu, não vou fazer mais pegadinhas.
O molho no sapato havia sido realmente engraçado.
A porta se abriu e ele se sentou com dificuldade, pronto para se redimir, mas em vez de ser um pequeno garoto de pele morena e cabelos com um negro tão intensos quanto o castanho de seus olhos, quem estava a porta era uma garota alta, cabelos quase ruivos e olhos azuis acinzentados em alerta.
—Justin?
—La-Laryn? —Instantaneamente ambos sentiram o rubor tomarem conta um do outro. Justin por estar preso em uma cama vestido apenas por trajes íntimos, e ainda ter sido pego por garotos de 6 e 7 anos. E Laryn por sentir o que não deveria sentir. Justin era um interno, e só tinha 19 anos, ela não devia pensar em...—Bem, — Ele começou meio sem jeito. —Haden e Peter me prenderam aqui, então...
—É claro.
Respondeu mais rápido do que deveria, e com a mesma rapidez ela se dirigiu ao garoto seminu, o ajudando a se soltar.
—Tudo bem. — Ele a deteve, assim tentou soltar seu segundo pulso. —Obrigado.
—Por nada. —Se afastou sem olhá-lo. —Esses garotos não têm jeito.
—Você não viu nem a metade.
Finalmente ele estava livre para se levantar. Mas a primeira coisa que fez foi puxar o os lençóis para si.
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Us Against The World
FanfictionMay Petterson, um orfanato para meninos, abrigava um cujo qualquer expectativa de melhoras em seu futuro havia sido aniquilada. A esperança de ser adotado já havia sido esgotada do generoso, porém solitário, Justin. Se já não bastasse todo o vazio e...