A Little Piece Of Heaven

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A vida daqueles garotos me parecia ser bem melhor do que a minha. Eles tinham, uns aos outros. Quero dizer, não que seja a pior coisa do mundo viver da forma que eu vivo mas, conviver com pessoas da sua idade devia fazer toda diferença.

Fomos todos reunidos novamente na sala de entrada para a novidade nem tão entusiasmante pra mim, de que amanhã iriamos sair para algum lugar que não me interessou muito. Como eu havia imaginado. Infantil demais.

—Patético. —Barbra reclamou ao meu lado. E a observei lixar as próprias unhas. De onde ela tinha tirado um lixa?—Matthew devia perceber que não temos apenas garotos de 5 anos aqui. Mas você quer saber? Eles não dão a mínima.—Respondeu antes que eu o fizesse.—Sabe qual foi o único motivo de toda essa pirralhada vir pra cá esse semestre? —Neguei.—Esse é o maior orfanato de toda a Carolina do Sul, e eles acham que podem transformá-lo em uma creche?

—Mas eu vi crianças daqui.

—Mas não temos que suportar palhaços e sininhos correndo pelo jardim, porque nós ficamos em andares diferentes, temos horários diferentes de estudo, horários diferentes do que eles chamam de entretenimento. Eles fazem de tudo para evitar que as lindas crianças inocentes possam ser influenciadas por nós.

—Certo.—Acabei rindo depois de ouvi-la falar tanto.—Quem é Matthew?

—O nosso diretor. —Disse apontando para o homem moreno e alto que ainda explicava algumas coisas.—É um cara legal. Mas dessa vez ele extrapolou.

—Somos obrigados a ir?

—Não. Eu acho.

—Me-melhor.

Fui pego de surpresa quando sua mão pairou em minha coxa. Mas que merda ela estava fazendo? A olhei sem entender, e vi o tal Chaz que nos observava no canto com sua típica cara de raiva. A olhei e senti um alívio enorme assim que se afastou rindo.

—Idiota.

—O que está fazendo?

—Só passando o tempo.

—Passar o tempo? Você está deixando ele nervoso.

—Causar isso é legal. Sabe, ciúmes aumenta a autoestima.

—E está me usando pra isso?

—Não. Estou tendo a sua ajuda.

—Porque não pede a ajuda de um dos garotos daqui?

—Eles são uns idiotas. E já olhou pra eles? São quase uns espantalhos perto de... —Seus olhos se arregalaram enquanto me olhava.—Me desculpe. —Sua mão se apoiou ao meu lado e ela se aproximou de mim.—Deve estar tão excitado agora que poderíamos começar aqui mesmo.

—Quem te disse que eu...

Fui interrompido por sua mão no meio das minhas calças. Senti meu corpo inteiro ficar tenso. Mas pra ela aquilo parecia muito engraçado.

—É melhor se acalmar.

Riu se afastando.

—Você não me ajuda.

—Se você me ajudar, com o Chaz, eu te ajudo.

—Como vou te ajudar com isso?

—Você vai ver.

Eu nem percebi quando o tal Matthew havia parado de falar. Só vi quando todos começaram a se levantar e sair. Haden correu em minha direção e parou encarando Barbra.

—Oi Ad.

—Oi.

—Essa é a Barbra. Uma amiga minha.

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