—Justin? —Ouvi a voz da Claire, mas estava atordoado demais para virar pra ela. Olhei, Erick, talvez, a minha frente novamente. Podia ver as lágrimas descerem dos seus olhos, mas o sorriso ainda estava em seu rosto. Eu tenho um irmão? —Então, você é o Erick? —Ele assentiu me deixando meio confuso. Senti a mão de Claire em meu ombro e desviei meu olhar até ela. —Desculpe não ter te avisado.
—Como assim?
—Interfonaram pra cá antes de você descer. E quando ouvi o nome Bieber, eu tinha que saber do que se tratava. Acabei me distraindo com o Ad, e não te avisei.
—Tu-tudo bem.
—Você pode entrar. —Ela falou, me fazendo notar apenas naquele momento que Erick, ainda se encontrava ao lado de fora. A porta foi fechada assim que ele entrou em casa. Seu olhar não me deixava nem um segundo, como se ainda tentasse se dar conta de que eu era real. Aquilo era tão estranho. E eu ainda me perguntava como eu deveria me sentir. —Eu vou ver o Ad, e deixar vocês sozinhos.
—Claire...
—Acho que precisam conversar.
O som de seus passos leves foram ficando pra trás e respirei fundo o olhando a minha frente novamente.
—Eu, quase não acredito. Me desculpe por ter vindo tão cedo, só não pude esperar mais.
Ergui minhas mãos a minha cabeça, bagunçando meu próprio cabelo me sentindo, totalmente perdido. Se aquilo era verdade. Eu tinha tantas perguntas. Tanta coisa pra falar, e ouvir.
—Você, como me encontrou?
—Estamos te procurando a anos. Nossos avôs, estavam perdendo as esperanças, depois de tanta coisa.
—Tanta coisa?
Ouvir “nossos avôs” era a coisa mais estranha do mundo pra mim.
—Te procuramos por todo lugar. Até em necrotérios, não sabe como foi horrível, ter que segurar a vovó todas as vezes que íamos reconhecer um corpo.
—Acharam que eu estava morto?
—Depois do acidente foi a única coisa que pensamos, mesmo com várias pessoas nos confirmando que você havia saído vivo. As coisas foram tão rápidas. —Um sorriso se formou em seu rosto e sua mão se ergueu em direção a mim, mas rapidamente parou a minha frente, como se perguntasse se devia ou não se aproximar. —Eles vão ficar tão felizes quando formos para casa.
—Casa? De onde você é?
—Moramos no Canadá. Onde você nasceu, e eu também.
—E me diga como fui parar em Atlanta?
—Papai e mamãe estavam fazendo uma viagem á trabalho, acharam melhor te trazer. Só soubemos do acidente uma semana depois que aconteceu. E, pelo visto você já estava longe.
—Como conseguiram simplesmente me perder?
—Não foi nossa culpa. As coisas já estavam ruins o suficiente, a vovó estava péssima, havia acabado de perder a única filha. Mas ainda assim tentou te achar. Eu não sei o que aconteceu.
—Quantos anos tinham quando eles morreram?
—13.
—Eles me disseram que eu, fui deixado por um tio.
—Sim. Nós, quer dizer, eu descobri isso a alguns meses atrás. Tentei entrar em contato com ele, mas não achei ninguém em sua casa, e os vizinhos me disseram que não o viam a muito tempo. Depois de alguns meses, desistimos de procurar em Atlanta. E passamos a te procurar em todos os lugares possíveis. Não sabe quantas ligações falsas nós já recebemos sobre você.
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Us Against The World
Fiksi PenggemarMay Petterson, um orfanato para meninos, abrigava um cujo qualquer expectativa de melhoras em seu futuro havia sido aniquilada. A esperança de ser adotado já havia sido esgotada do generoso, porém solitário, Justin. Se já não bastasse todo o vazio e...