Deuces

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Justin Bieber POV:

O relógio na parede me dizia que já passavam da meia noite. Olhei rapidamente a escada. Se Ann levantar com toda a certeza vai reclamar por eu ainda estar acordado essa hora. Ela havia feito eu ir dormir cedo dizendo de um modo orgulhoso que não queria que eu chegasse atrasado no trabalho. Deixei um sorriso escapar e apanhei o celular ao meu lado me deitando no sofá. Mesmo tendo pouco tempo sem vê-la, sentia falta de seu jeito materno comigo. Por mais infantil que pareça ser gosto de imaginar as coisas como se ela fosse minha mãe de verdade. A tela do celular se acendeu e pude ver as mais de onze ligações perdidas da Claire. Não necessariamente perdidas, afinal eu não quis atender. Olhei a televisão a minha frente e já não fazia ideia do que se tratava aquele filme.

Ouvi passos e quando dei por mim, Ann já estava parada na porta da sala com uma cara de sono e braços cruzados enquanto me observava. O moletom que vestia dava a impressão de que ela era ainda menor.

—Está tudo bem?

Assenti me sentando no sofá dando espaço pra ela.

—Só estou com insônia.

Ann se sentou ao meu lado e sorriu ao ver que se passava na TV.

—Sherlock! Você gosta?

—De que?

—Sherlock Holmes, nunca viu os filmes? —Neguei unindo as sobrancelhas e ela me olhou com reprovação. —Precisa passar mais tempo comigo. Mas sei que isso não é insônia. Pode me dizer o que está acontecendo, se quiser.

—Ann.

—Eu te conheço Justin e peguei você encarando o nada hoje várias vezes. Normalmente você é bem mais falante do que foi hoje.

Como ela era capaz de notar aquilo tudo?

—Não sei se devo, você vai me achar a pior pessoa do mundo.

—Já começamos uma conversa assim.

—Mas dessa vez é bem pior, Ann. Eu era um idiota que achava que tudo o que fazia era errado, e tudo o que tenho agora são mentiras.—A olhei esperando que desistisse mas ela apenas continuou esperando.—Certo.—Repirei fundo me preparando.—Lembra da Claire?

—A que te adotou?

—Tecnicamente não, ela é um tipo de tutora.

—Sei. Mas o que tem ela?

—Ann, eu não sei se é uma boa ideia.

—Você já começou, agora tem que terminar.

 Recostei minha cabeça no sofá e seu braço curto passou por meu pescoço me puxando pra ela deitei a cabeça em seu ombro me preparando psicologicamente pra fazer aquilo. E se ela não quisesse mais me ver? Se ficasse chateada? Eu não queria me afastar dela. Anya é uma das poucas coisas verdadeiras que eu tenho.

—Nós, bem, eu e a Claire...

—Pare de enrolar!

Reclamou pegando o controle ao seu lado e desligando a TV.

—Eu não sei como te dizer isso. Eu sei que é errado, ela é casada mas, eu acabei gostando dela.

—Então se sentindo mal por gostar dela?

—É pior que isso, Ann.

—Pior?

—Digamos que ela, correspondeu.

—Vocês dois, estão juntos? Escondidos?

—Sim.

Ergui minha cabeça a olhando esperando sua reação negativa. Seus lábios se comprimiram me deixando ainda mais nervoso.

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