Daylight

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Jus POV:

Fechei os olhos, mas ainda assim podia tocar perfeitamente. Nem a melodia que ecoava pelo auditório através do piano conseguia me acalmar. Já haviam duas semanas, talvez. E eu acabei percebendo que as coisas ficaram ainda piores pra mim. Claire mal me olhava. E eu não podia tirar sua razão. Só, achei que fiz o melhor, pra nós dois. O que aconteceria com ela se, Lincoln confirmasse as suas suspeitas? Seria demais pra ela. Sai do colégio olhando ao redor rapidamente. Eu havia passado quase todos os dias indo a casa da Ann. Já havia passado pela minha cabeça em me mudar, mas seria ingratidão demais. E tinha o Ad. Comecei a caminhar pelo caminho normal. Iria pra casa hoje. As coisas já estavam estranhas demais, e se eu tentasse fugir mais uma vez, poderia levantar ainda mais suspeitas. Peguei o ônibus que me deixava mais próximo ao Dufor e caminhei alguns minutos até conseguir ver o grande portão. Depois de me reconhecer o porteiro me deu passagem. Coloquei as mãos nos bolsos a procura do celular, mas não achei. Tirei a mochila das costas e a revirei ainda caminhando, finalmente o achando. Quando olhei ao redor percebi que me aproximava da casa da Morgan. Por favor, que ela não esteja ali. Continuei a caminhar e um carro estacionou em frente a casa. Para o meu desespero, Shan desceu de lá e me olhou com um sorriso no rosto. Desviei o olhar e apenas continuei caminhando.

—Nem pense que vai fugir de mim.

Ouvi sua voz me chamar e parei relutante. Mas talvez seria uma boa ideia procurar saber até onde ela havia ido com a Claire. Me virei pra ela e caminhei em sua direção.

—O que contou a Claire?

—Estou muito bem, obrigada.

Suspirei concluindo que aquilo não seria fácil.

—Morgan, por favor.

—Sempre soube.

—O que?

—Que gostava dela. Só que nunca imaginei que seria recíproco.

Então, ela sabia. Se continuasse dessa forma, todo o condomínio iria saber.

—Do que está falando?

—O que jeito que ela saiu daqui depois que contei sobre o quadro.

—Está, imaginando coisas, Shan.

—Não, não estou. Até mesmo Claire Watters não consegue disfarçar a raiva, quando inesperada.

Eu já podia ver Claire, respirando fundo e com o olhar perdido, tentando achar hipóteses que negassem o que Morgan poderia ter dito.

—Sei que contou muito mais do que isso. Até onde você chegou?

—E que diferença vai fazer?  Não é sobre ela que quero falar.

—Mas eu quero falar sobre ela.

—Riley sabe, que vocês tem um caso?

Ao ouvir aquilo foi como se não tivesse mais voz.

—Na-não temos um caso.

—Sei. Assim como eu.

—Não é —apertei os punhos tentando me controlar.—não sabe de nada.

—Mas eu não culpo ela. Só não entendo pelo Riley. Ele não é de se jogar fora. Ela só não deve ter resistido quando viu você.

Finalizou com um sorriso safado em seu rosto.

—Lincoln, sabe?

—Desconfia. Mas eu te ajudei.

—E por quê?

—Porque, Lincoln, é pequeno. Em tudo. Eu preciso de algo, —seu olhar desceu indiscretamente por meu corpo e ela mordeu o lábio inferior. —maior.

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