Cap 02

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Acordo assustada, tudo aquilo para mim pareceu um pesadelo, esta tudo desfocado mas ainda assim consigo perceber a presença de alguém, onde estou? Cadê o Jonathan? Perguntas e mais perguntas se formavam em minha mente e então sinto a mão de alguém que parecia ser minha mãe, o toque era familiar, e foi nesse momento que as coisas começaram a se desfocar novamente e fui caindo em um sono profundo.
Acordo novamente, mas dessa vez percebo tudo ao meu redor, eu estava no leito, coberta por um lençol azul, com fios ligados a mim provavelmente me dando soro, percebi também que estava com uma máscara de oxigênio em meu rosto, fiquei perturbada com aquela situação até ouvir vozes no corredor.
- Eu preciso ver ela. - falou uma voz masculina.
- Senhor se acalme por favor, o estado dela é instável e só familiares podem visita-la no momento. - falou a enfermeira já um pouco impaciente.
- Não me importa, quero vê ela imediatamente, eu exijo que me deixem entrar. - falou o homem insistente.
- Senhor, por favor, tenha paciência. Seguranças venham aqui.
-Não! Não! - e a voz foi ficando distante.
OK já estou cansada de dormir o tempo todo, tento me levantar e acabo sentindo uma pontada nas costelas e acabo desistindo da ideia. A enfermeira entra e fica surpresa ao me ver acordada, então ela caminha até mim e sorri gentilmente, parece que ela vai injetar mais algum líquido que não consigo destinguir qual é.
- Não, por favor. - falo com a voz rouca e novamente volto a dormir.
 
Logo após acordo, já estou de saco cheio disso, e percebo que já não respirava com a ajuda de máquina alguma, agradeço internamente, olho pra frente e vejo um homem sentado do lado da cama na qual eu estava, aquela cabelera loira... Espera!
- Jace!? - falo surpresa. E ele acorda com um pulo.
- Clary!? Meu Deus! Que bom que você esta bem! - fala ele, ainda esfregando os olhos.
- Oque você esta fazendo aqui?
- Não me deixaram entrar durante as ultimas duas semanas, então resolvi entrar escondido novamente. - fala ele com divertimento na voz.
Logo comecei a analisar ele, parecia cansado, com a barba por fazer, com a roupa mau arrumada, por um momento achei ele engraçado daquele jeito, mas logo lembrei de perguntar.
- A quanto tempo estou assim? Aqui? - ele me olha e a preocupação toma conta da sua feição.
- Eu diria que faz umas três semanas, eu estava tão preocupado. - fala com a voz baixa um pouco cabisbaixo.
- Hey, - chamo a atenção dele tirando um fio de cabelo do seu rosto - Agora eu já estou melhor não estou? Você precisa ir para casa descansar, agradeço pela preocupação e realmente não precisava passar a noite aqui e...
- Eu sei que não, mas não queria ir embora até ter certeza de que você estivesse bem. - fala ele me interrompendo e tocando na ponto do meu nariz. Dou um sorriso de lado.
Algo chama nossa atenção do lado de fora do quarto olhamos na mesma hora, luzes se acendendo.
- Alguém esta vindo ai. - diz ele sussurrando - Preciso ir.
- Ta bem. - concordo e ele chega perto de mim e deposita um beijo na minha testa. Fecho os olhos saboreando a sensação dos seus lábios em minha pele.
Ele se afasta de mim, da uma piscadela, aquilo me fez sorrir e sumiu por algum lugar do qual não dava pra mim ver, as portas se abrem e a enfermeira entra, fecho os olhos tentando atuar da melhor maneira possível e depois as portas se fecham novamente.
Me sinto alegre com oque acabou de acontecer, mas a alegria sumiu tão rápido quanto veio, lembro de Jonathan. do carro e do seu último olhar para mim e logo começo a chorar. Sem acreditar no que aconteceu, aquilo pra mim ainda era um pesadelo, ainda não caiu a ficha eu não acredito, meu peito doi tanto.
O dia amanhece, como sei disso? O movimento no hospital começou a criar vida, médicos e enfermeiras andavam para todo lado com documentos e papeladas nas mãos, uns com notícias triste e outros com notícias felizes, era a vida, não consegui nem por um minuto fechar os olhos e dormir desde que Jace esteve aqui, as imagens do acidente não saem da minha cabeça. Alguém entra no quarto me tirando dos meus pensamentos. forço a vista pra tentar identificar a pessoa e logo percebo que era minha mãe acompanhada do doutor logo atrás dela, quando me ver abre um sorriso largo, seus olhos estão inchados e cansados, parece ter envelhecido uns 10 anos dentro dessas três semanas, não a culpo por o seu cabelo estar um emaranhado de confusão entre os fios ruivos, estou feliz por vê la, tava com tanta saudade.
- Mãe. - falo com a voz suave e os olhos se enchendo de lágrimas - Pra favor me diz que meu maninho esta bem, ele esta aqui não esta? Ele... ele esta bem não é?
Pergunto na esperança de receber um aceno positivo, mais logo ela senta ao meu lado e se curva para me abraçar. E nos duas ficamos ali, chorando em silêncio, lágrimas desciam, não precisei de uma resposta em palavra, já sabia a resposta desde que acordei pela primeira vez e fiquei desacordada de novo.
Ela se afasta de mim e começa a fazer carinho em meu cabelo e depois secando minhas lágrimas, ou pelo menos tentando.
- A filha... - fala com um suspiro em seguida - Seu irmão faleceu no momento do acidente, não tinha como salva-lo.
Creio que ela não esta querendo acreditar nas próprias palavras. Levo minha mão a boca, sufocando um grito e logo começo a chorar de novo. Meu peito doi tanto.
- É tudo culpa minha, - falo balançando a cabeça em negativo - Se eu não tivesse insistido...
- Não, não, nada disso é culpa sua minha filha - diz ela me interrompendo e logo em seguida me dando um abraçado reconfortante.
Ficamos assim durante longos minutos. E logo lembro.
- Cadê pai?
- Ele saiu pra pegar um café e logo estará aqui também.
Aceno em positivo com a cabeça, no mesmo momento a porta se abre e meu pai põe a cabeça para dentro.
- Bom dia, - diz ele entrando e fechando a porta - trouxe café e rosquinhas, oi filha - diz ele se dirigindo em minha direção com um sorriso meio fraco e como todos os outros, com um olhar cansado e preocupado. - Como você esta? - fala colocando a bandeja do lado da cama.
- Eu estou.. - e pela primeira vez não soube responder aquela aquela pergunta.
- Eu sei filha, eu sei - se curva para me abraçar também.

Dias turbulentosOnde histórias criam vida. Descubra agora