cap 11

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  Acordo, a perna de Simon estava por cima da minha, ele havia tomado maior parte da cama, resisto ao impulso de lhe dar um tapa e me levanto. Tomo remédio pra dor, faço minhas higienes e vou olhar o celular, eram apenas 6:00am, academia! Me lembro subitamente. Ando a passos largos até meu guarda roupa abrindo a porta e então fico ali estupidamente parada, não acho que eu tenha que ir hoje... Ou amanhã... Ou depois de amanhã... Suspiro.
- Que qui cê tá fazendo? - me viro, Simon me olhava com cara de sono esfregando os olhos a procura dos óculos - Tá parada aí parecendo o tipo de pessoa que está prestes a pegar qualquer muda de roupa, coloca em uma bolsa desgastada e sai por aí sem rumo procurando um sentido na vida.
Sorrio e fecho o guarda roupa.
- Bom dia pra você também Simon. - ele sorri.
- Bom dia - diz sorrindo com os olhos ainda fechados.
- Dormiu feito um bebê.
- Cê acha?
- Claro, até babou meu travesseiro e fez questão de tomar toda parte da cama, de novo.
- Eu não babo - ele franze a sombrancelha e faz um biquinho o que o fez ficar muito fofo.
- Caí fora, vai lavar esse rosto.
- Eu já ia - se levanta ainda sonolento - Vê se não vai fugir em, tô de olho. - ele cerra os olhos apontando dois dedos pros seus olhos e logo depois os virando em minha direção, jogo o travesseiro nele - Ok, ok, já estou indo.
Arrumo o quarto enquanto ele estava no banheiro e desço. Alguns minutos depois ele descia a escada como se estivesse conversando (ou discutindo) com alguém.
- Tá Raphael, entendi, eu sei - ele tira o celular do ouvido e põe na boca - Você já repetiu isso 4 vezes!- e desliga.
- Já começou o dia bem. - digo tomando café.
- Eu que o diga, as vezes ele me dá nos nervos. - diz balançando a cabeça e coçando o cabelo exasperado.
- Café ou chá?
- Chá.
- Errou, é café - ele me lança um olhar afiado, sorrio satisfeita e vou a geladeira.
- Pega o leite para mim por favor, vou comer apenas umas torradas e sair.
Nos servimos, ele se despede de mim e antes de entrar no táxi fala:
- Ah! E por favor, atenda esse celular hoje Clary, a Izzy continuando enchendo meu saco. - sorrio tentando me desculpar, ele entra no táxi e se vai.
Ao entrar em casa a primeira coisa que vem a minha cabeça é o cômodo onde eu havia colocado os quadros. Lá estava meu quadro na parede, o quadro "luz Negra" estava por cima do quadro do Jace, eu não havia os deixado assim, seja oque for, nada em relação a isso me cheirava bem.
Vejo um vulto preto atravessar a cozinha, meus pelos se arrepiam e eu sinto a presença de mais alguém, mas como? Não havia ouvido barulho algum, saio do cômodo e vou em direção a cozinha e meu coração congela porém logo em seguida é preenchido de alívio.
- Caralho, quer me matar de susto Izzy? - minha respiração estava agitada.
- A porta estava aberta então resolvi entrar.
- Você não acha que deveria usar menos roupas escuras? Não me assustaria tanto se fosse um vulto rosa ou até mesmo amarelo. - ela faz cara de desgosto.
- Eew, Não gosto de amarelo. - passo por ela quase esbarrando - precisamos conversar.
- A, você acha? - digo colocando geleia na torrada.
- Olha pra mim Clary. - a encaro - Essa não foi a nossa intenção, não achávamos que aconteceria tão rápido.
- Okay, não esperavam que uma tentativa de me assassinar acontecesse tão cedo?- ela me olha surpresa. - Sabendo de tudo o tempo todo e não estavam preparados pra isso? Seja o que fosse deveriam ter me falado.
- Me parece estar aceitando a situação bem.
- Não, eu não estou, apenas tive muito tempo pra pensar, não fechei o olho noite passada e sinto que noites tranquilas estão prestes a sumirem da minha vida.
- Você precisa vir comigo, tem que saber de tudo agora. - suspiro e logo após sorrio.
- Não é como se eu tivesse escolha, não é mesmo? - ela da um sorriso fraco a fim de me encorajar - Aonde vamos?
- A academia.
- Sério? Até em uma situação dessas é nisso que você pensa? - ela pega uma torrada e põe manteiga.
- Não é para o que você pensa ser.
Ela se vira e saí desfilando graciosamente pela cozinha com seu salto alto, comendo a torrada. Apenas a sigo sem vontade alguma me perguntando como ela consegue andar tão levemente em saltos tão altos.

Chegando lá Alec tava mexendo em um computador no balcão.
- Chegaram bem na hora. - diz ao entrarmos.
  Jace estava esmurrando um saco de pancadas que mau o vira usar durante meus dias de malhação aqui. Continuo o encarando, determinado ele não se incomoda em cumprimentar. Sua franja loira caía sobre seus olhos, suada.
- Você está bem? - pergunta Alex - Desculpa por aquela noite a gente...
- Izzy já me disse tudo. - o corto.
- Ela disse? - desvia os olhos pra ela - Certo.
  Ele anda um pouco a frente passando por mim, o observo. Ele para e se abre um buraco no chão, uma porta secreta eu diria, formando escadas. Ele desce e Izzy o segue, fico olhando eles e escuto Jace tirando as luvas, o olho, ele estava me encarando, tirando o cabelo do rosto fazendo um gesto com a cabeça para que eu também descesse, suspiro e apenas vou, ele me segue logo atrás.
- Okay... - Alec mais uma vez mexe em outro computador lá embaixo e o e a porta se fecha, sumindo junto com as escadas.
A iluminação ali não era das melhores, mas com certeza esse era o objetivo da "vibe" do lugar.
- Começando... Por que não atendia o celular? - perguntou Izzy.
- Havia colocado no carregador e o esqueci lá.
- Devia estar bastante ocupada pra isso. - disse Jace encostado na parede com as pernas cruzadas enquanto amolava uma pequena adaga. Ele não levanta o olhar nem por um segundo.
- Eu só não invadi a sua casa ontem porque o Jace me contou que você estava mais do que bem, vindo do Jace isso é despreocupante. - disse Izzy.
- Espera, o Jace foi lá ontem? - QUÊ? Me pergunto.
- Sim, vocês não se viram? Foi por volta das 9:00pm, ele estava mais preocupado que eu, insistia que fosse no meu lugar. - De repente a adaga voa pela sala passando próximo ao rosto dela e fincando na parede logo atrás, ela não se move e apenas sorri.
- Você costuma exagerar muito nos detalhes, não acha Izzy? -
- Não é como se eu estivesse mentindo de qualquer forma... - diz ela - Que bom que pedi ao Simon pra ir lá dar uma conferida.
Saio dos meus pensamentos e suspeitas de que o Jace tenha visto alguma coisa entre eu e o Sebastian.
- Okay, o Simon tambem sabe de tudo isso? - falo horrorizada, não consigo pensar na possibilidade dele ter me escondido algo assim...
- Não - diz Alec - Ele simplesmente estava preocupado assim como todos nós.
- Um pouco de consideração viria a calhar bem não acha Clary? - diz Jace passando por mim e indo até o Alec olhar pra seja lá oque que tinha no monitor.
- Engraçado, você não pensou em algo como consideração enquanto escondia tudo de mim. - ele me fita como se fosse falar algo.
- Iii - sibila Izzy tirando a adaga da parede.
- Ok, vamos parar com as provocações e começar a planejar algo. - disse Alec se sentando na cadeira em frente ao monitor.
Todos viramos quando escutamos o barulho da porta secreta se abrindo.
- Olha... - disse Magnus ao descer pelas escadas - Não faço a mínima idéia do que estão fazendo agora, mas se eu fosse vocês descobriria logo uma maneira de saírem dessa situação.
- Magnus! - gritou Izzy, ele acena e sorri, a porta se fecha.
- Temos que nos apressar, eles não serão mais pacientes - disse ele olhando pra mim e me analisando logo se voltando para o Jace - A garota está uma fera.
- Não acredito que o Magnus também está no meio disso tudo. - digo desacreditada.
Ele dá uma piscadela.
- Por que ela está uma fera? - perguntou Alec.

Dias turbulentosOnde histórias criam vida. Descubra agora